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22/03/2019, 14:09

Ração contaminada causa a morte de 13 cavalos

Treze cavalos morreram e outros 17 estão em observação após o consumo de uma ração de aveia misturada a uma semente chamada crotalária, usada nas plantações para adubação do solo. Os casos já identificados aconteceram no Gama, em Formosa (GO), Taguatinga, Recanto das Emas e no Núcleo Rural Tabatinga, região de Planaltina. A Secretaria de Agricultura (Seagri) já identificou e notificou o agricultor responsável pela produção. No entanto, ainda há risco de contaminação de outros animais.

“Alteração no comportamento dos animais ou mesmo uma desconfiança da qualidade da aveia oferecida como ração deve ser comunicada para que possamos analisar caso a caso”, alerta a subsecretária de defesa agropecuária da Seagri, Danielle Araújo. Essas informações, explica, devem ser encaminhadas pelo telefone (61) 3340-3862.

Segundo Danielle, após tomar conhecimento das primeiras mortes dos equinos, uma equipe de técnicos do governo visitou as propriedades para analisar os sintomas clínicos dos animais. “Verificamos que se parecia com a raiva”, relata. “Fizemos os exames e todos tinham problemas hepáticos.”

Como o problema no fígado é comum em casos de intoxicação, amostras do alimento oferecido aos bichos foram levadas para análise. Na Universidade de Brasília (UnB), uma equipe de pesquisadores detectou que a ingestão das sementes de crotalária acarretou na contaminação dos cavalos.

Intoxicação

Embora visíveis a olho nu, as sementes dessa planta, pretas e parecidas com feijões pequenos, muitas vezes passam despercebidas pelo criador de equinos. “Os agricultores costumam plantar a crotalária para fixar nitrogênio na terra”, explica a subsecretária de defesa agropecuária. “A gente suspeita que tenham plantado a aveia logo após uma retirada malfeita da crotalária. Então, ela rebrotou junto com a aveia e, na colheita, tudo se misturou.”

A crotalária produz uma substância secundária conhecida como alcaloide pirrolizidínico, que ataca diretamente o fígado, envenenando o sangue e sistema nervoso. Os animais podem ser salvos dependendo do porte, resistência e até mesmo da quantidade do consumo da aveia contaminada. No DF, a população de equinos está em torno de 20,4 mil.