A Defensoria Pública do Distrito Federal promoverá, nos dias 22 e 23 de maio, no auditório da Câmara Legislativa (CLDF), o Seminário da Infância e da Juventude “Prosa em rede sobre proteção integral da criança e do adolescente”, com o envolvimento de 38 instituições com as mais diversas atuações e competências. No dia 22, após o credenciamento, haverá uma palestra sobre a “Importância da Parentalidade”, focada nos avanços e desafios na escuta da criança e sua família pelo sistema de Justiça e como garantir a participação de meninos e meninas como sujeitos de direitos e cidadãos. À tarde, os participantes contarão com duas mesas de debates. A primeira, voltada para o cenário das doenças. A segunda, com foco na garantia do direito à educação inclusiva. A atividade contará com a demonstração dos serviços prestados e a respectiva repercussão social, jurídica e familiar de milhares de casos atendidos anualmente. Em entrevista ao Alô a coordenadora do Núcleo da Infância da Defensoria Pública do DF, Dra Karini Abritta falou um pouco sobre esse processo de informações que desenvolvem políticas públicas. 1- O seminário surge como um alerta importante para a sociedade investir nos primeiros anos de vida de uma criança. De que maneira os assuntos são direcionados para um melhor entendimento de quem participa? Os profissionais que foram chamados para dar palestras conhecem a fundo a matéria. E cada painel terá debatedores que foram chamados a trazer soluções e idéias práticas para os problemas cotidianos. Alguns trarão dados e pesquisas realizadas, outros trarão práticas exitosas para divulgação. A prioridade absoluta das crianças e adolescentes está garantida pelo art. 227 da Constituição Federal desde 1988, e a sociedade ainda não assimilou essa ideia completamente. Todos os anos fazíamos seminários direcionados aos profissionais que lidam diariamente com a Defensoria/ Justiça, mas percebemos que ficávamos debatendo entre nós, os direitos garantidos por leis e que a sociedade, como um todo, não se conscientizava da necessidade da participação de todos para garantir essa prioridade. Em 2016 foi promulgada a lei conhecida como Março Legal da primeira infância e mesmo assim a sociedade não se conscientizou da importância do tema. A população clama por segurança e saúde desconhecendo que o caminho para alcançar é o cuidado com o indivíduo desde a gestação. Precisamos divulgar que investimento em saúde e educação na infância, evita a construção de presídios. Não só construir escolas, mas cuidar da saúde física e mental das famílias é o caminho para um futuro melhor. Assim, o Seminário “Prosa em rede” surgiu com a intenção de mobilização da sociedade para garantir que a rede converse. Saúde, educação e assistência social se bem administradas garantem justiça social e segurança pública. 2 – Quando o governo investe 1 real na infância, o estado economiza 7 reais no futuro, na segurança da população, evitando a delinquência. Ações que surgem em seminários como esses podem abrir portas para políticas públicas? Quais ações podem ser sugeridas para uma melhoria nesse quesito? Promover a integração da rede e criar uma intersetorialidade que funcione é um desafi o para os gestores públicos, mas os profissionais de ponta que lidam com a população precisam conversar e trocar experiência para todos assumirem a responsabilidade sobre as crianças. Assim escolhemos os temas relevantes na atualidade, que as pessoas desconhecem, mas que chegam diariamente aos Defensores Públicos. Fazer o acompanhamento das gestantes e fornecer alimentos e tratamento adequados às crianças com doenças raras pode garantir um futuro melhor a todos. 3. – Existem projetos voltados também para a parte emocional que se desenvolvem na primeira infância? Evitando agressividade e tendências, depressão e à ansiedade que têm reflexo em relações geradas nessa fase. Cuidar da criança e da família tanto no aspecto educacional como garantir estabilidade emocional evita problemas futuros. A atenção à saúde mental e a conscientização da importância de se realizar campanhas de esclarecimento a população diminui o preconceito e aumenta as chances de sucesso ao tratamento. Já existem vários estudos que comprovam a importância da atenção a primeira infância. Já que o cérebro infantil está em desenvolvimento e precisa de estímulo para fazer conexões, é nessa fase que se cria diversas habilidades motoras e sociais.

 

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