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28/05/2019, 22:40

Hospitais da rede pública incentivam humanização na hora do parto

Anda daqui e dali, descansa um pouco, respira fundo. Levanta de novo, senta na bola, recebe massagem do marido e lá vem mais uma contração. Nada de medicação, nada de apressar o processo natural. E foram assim as primeiras 12 horas de trabalho de parto de Vitória Júlia Silva, em sua primeira gestação à espera de Thiago Vinícius.

Durante o trabalho de parto, ela contou com a ajuda de uma enfermeira obstetra no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), uma das unidades da rede pública com o maior número de profissionais da área. Elas prezam pelo protagonismo da gestante e pelo mínimo de intervenção possível durante o processo de nascimento.

O reflexo disso está nos números. “Há cerca de dez anos, 99% dos partos normais tinham corte. Este número vem diminuindo. Com as enfermeiras obstetras, registramos, no ano passado, apenas 14% de partos que necessitaram realmente de algum corte”, observa a supervisora de enfermagem do Centro Obstétrico do HRC, Suely de Jesus Cotrim.

Para exemplificar, ela aponta os dados de janeiro deste ano, quando, dos 68 partos normais realizados por enfermeiras obstetras, 40% não precisaram de corte e outros 50% tiveram rompimento natural do tecido, sem intervenção do profissional.

Benefícios

Além de aliviar as dores do parto normal, as técnicas utilizadas são importantes para a saúde da mãe e do bebê. Após o trabalho do parto, ainda é utilizada outra técnica de humanização chamada “hora de ouro”.

“O bebê nasce e já vai direto para os braços da mãe, ainda sujo, e por lá fica cerca de uma hora. Isso ajuda a regular a respiração, cria vínculo e resistência. Depois de uma hora, tiramos o bebê, fazemos as vacinas e vestimos a criança”, detalha a enfermeira Suely.

Mãe da recém-nascida Jade, Vanessa Rocha teve essa experiência e os profissionais perceberam a diferença na amamentação. Poucas horas depois, a menina já sugava muito bem. “A ajuda da enfermeira foi importante para eu me sentir mais tranquila, desde o trabalho de parto”, observou a mamãe de primeira viagem.

A Secretaria de Saúde estuda a implantação de três centros de parto natural.