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06/11/2018, 10:39

Greves eleitoreiras

por Adelmir Santana

Paralisar serviços públicos de primeira necessidade, sem garantir pelo menos um atendimento básico de qualidade para a população, é um atentado contra a sociedade. Fazer isso em período eleitoral, seja qual for a justificativa, é ainda pior. É usar o cidadão politicamente em uma manobra para obter vantagens que nem sempre são de interesse da maioria. Nesta segunda-feira, o Distrito Federal amanheceu sob a ameaça do caos no transporte coletivo. Desde a semana passada e retrasada, os metroviários e rodoviários anunciavam que iriam cruzar os braços como forma de pressão por reajustes salariais, acordos retroativos e nomeações de concursados.

É importante questionar a quem realmente interessam essas greves. A sensação é a de que uma paralisação neste período serve mais como palanque para candidatos do que como forma de melhorar um serviço ou proteger uma categoria profissional. A Federação do Comércio reconhece e respeita o Direito de Greve concedido de forma legítima aos trabalhadores, mas atos radicais que interrompam o serviço em sua totalidade vão contra os preceitos constitucionais. A manifestação laboral é um direito desde que os limites legais sejam respeitados. Ainda assim, as razões, motivações e principalmente métodos de uma greve em áreas como transporte, saúde, educação e segurança são muito questionáveis. Os metroviários e rodoviários de Brasília podem buscar outras formas de protesto que não impliquem no desrespeito ao direito de ir e vir da população.