28/10/2019, 17:44
Uma em cada 12 mulheres receberá diagnóstico de câncer de mama
Levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelou que o Brasil somará cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama em 2019, número que corresponde a 28% de todos os diagnósticos da doença registrados no país – o que faz dele o tumor mais incidente entre as mulheres depois do câncer de pele-não melanoma. Mundialmente os dados também são alarmantes: o câncer de mama afeta 2,1 milhões de pessoas por ano e é o quinto que mais mata, de acordo com o Globocan 2018, um estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer.
Neste sentido, um dos principais mecanismos de controle e identificação da doença ainda é a mamografia que, de acordo com o INCA, deve ser feita por todas as mulheres com mais de 40 anos. Levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) aponta para uma realidade diretamente relacionada à evolução nos índices de envelhecimento da população: uma em cada 12 mulheres receberá o diagnóstico de um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.
Segundo a Superintende Executiva e oncologista do OncoVida/Oncoclinicas, Dra. Andréa Farias, os protocolos de tratamentos dependem do tipo de tumor e do perfil molecular. “ A grande maioria será composto de cirurgia, quadrantectomia ou mastectomia, quimioterapia e radioterapia. A indicação da quimioterapia dependerá de vários fatores como tamanho do tumor, comprometimento linfonodal, das informações moleculares, idade da paciente, necessidade de margem cirúrgica para a remoção do tumor, etc. Já a radioterapia sempre será indicada quando a paciente for submetida a um procedimento conservador, como a quadrantectomia, ou mesmo quando fizer uma mastectomia onde o tamanho do tumor e suas características moleculares são mais agressivas”, explica a médica.
Ainda de acordo com a dra. Andréa, a radioterapia vem para consolidar a diminuição do risco de uma recidiva local reforçando a chance de cura das pacientes. A oncologista reforça também que a evolução do tratamento oncológico com a utilização da imunoterapia se mostra cada vez maior. “Há vários estudos em andamento com imunoterapia para câncer de mama. Hoje nos EUA já foi aprovado o primeiro tratamento para câncer de mama triplo negativo envolvendo um quimioterápico e uma imunoterapia. No Brasil esse mesmo esquema é aprovado para tratamento de outros tumores”, afirma a especialista.
A importância das medidas voltadas à conscientização sobre o este tipo câncer ainda é justificada por mais um dado: as chances de cura chegam a 95% dos casos quando o tumor é detectado no início. O diagnóstico precoce é fundamental para as chances de recuperação dos pacientes. Mulheres com histórico de câncer na família, ou seja, cujas mães, avós ou irmãs tiveram câncer de mama, devem iniciar o rastreio por mamografia mais cedo, aos 35 anos.