08/11/2019, 17:08
Startup é o empreendimento em alta no Brasil, confira dicas para criar sua empresa
Em tempos de crise financeira, a criatividade para encontrar soluções inovadoras é a receita para o sucesso. Os novos empreendedores brasileiros têm investido cada vez mais nas chamadas startups: empresas que surgem a partir de ideias inovadoras, com soluções tecnológicas para problemas do dia a dia, apresentam modelo de negócio de baixo custo e grande potencial de crescimento. Presentes em todo o Brasil, elas já passam de 12 mil, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
O maior número está concentrado nos estados de São Paulo (3.744), Minas Gerais (1.080), Rio Grande do Sul (914) e Rio de Janeiro (839). Entre as capitais, destacam-se em números absolutos São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A região centro-oeste possui 562 startups ativas, o boom das iniciativas empreendedoras aconteceu em 2013 e, desde então, não parou de crescer. Entre as cidades com maior concentração de startups, na região, estão Brasília (37,1%), Goiânia (21,1%) e Cuiabá (11,3%). No Distrito Federal, ao todo, são 207 startups ativas. Brasília ocupa o sétimo lugar no ranking das cidades com mais startups. Entre os segmentos mais comuns estão: edtech, agtech, saúde e bem-estar.
Segundo o especialista em direto de startups Saulo Michiles, da AB&DF Advocacia, o número de empreendimentos é muito maior considerando que muitos não são associados à ABStartups. “A diversificação econômica e a revolução tecnológica fazem com que a gente veja esses números, essa explosão. As startups são uma maneira diferenciada de fazer negócios. Muitas pessoas, principalmente jovens empreendedores, buscam criar sua startup para que, através da resolução de um problema na vida das pessoas, consigam fazer sua carreira profissional e, claro, ganhar uma fonte de renda”, explica.
Uma das grandes vantagens desse modelo de negócio é o fato de que não necessita de um grande aporte financeiro. O potencial de crescimento e o tamanho do mercado brasileiro, no entanto, tem atraído fundos de investimentos. Desde 2011, quando a onda do empreendedorismo digital começou a decolar no país, foram aportados quase R$ 13 bilhões por aqui. Só no ano passado, os fundos – chamados de venture capital – investiram US$ 1,3 bilhão (R$ 5,1 bilhões), volume 51% superior ao de 2017, segundo dados da Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital. O montante representou 65% de todos os investimentos feitos na América Latina.
Sobre os riscos do negócio, Michiles deixa claro que eles existem, mas, em contrapartida, oferece um retorno muito grande. “Os investidores profissionais em startups, os fundos de investimento, trabalham com a tese de que se 20% das startups em que investem sobreviverem, eles vão ter sucesso. Eles já contam com uma taxa de mortalidade muito grande, em torno de 80%, dentro das startups que eles escolhem para investir. A gente já tem nove unicórnios no Brasil, que são startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão e tem o decacórnio, o Nubank, que já vale mais de US$ 10 bilhões. As cifras envolvidas são muito altas”, aponta.
Para que a ideia se transforme em um negócio de sucesso, no entanto, é preciso seguir alguns passos e garantir a segurança jurídica é o primeiro. Um dos pontos mais importantes é o registro da propriedade intelectual junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “É muito importante registrar a marca que quer desenvolver ou, se está desenvolvendo um produto, fazer a patente. Se é software, registrar o código-fonte dele, mas outra questão importante é a relação entre sócios. Já vi muitas startups de sucesso virem a morrer porque os sócios não fizeram um contrato bem feito entre si”, alerta Michiles.