03/12/2019, 08:02
UBS: Horário estendido completa um mês em funcionamento
Um mês depois de passarem a atender até as 22 horas, as 19 unidades básicas de saúde começam a perceber aumento da demanda e a receber elogios por terem estendido o horário. O foco inicial era oferecer alternativa de atendimento para aquelas pessoas que não conseguem ir às unidades em horário comercial. Porém, até mesmo aposentados e donas de casa, que teoricamente teriam o dia livre, estão aprovando o terceiro turno.
“A gente, que é dona de casa, tem muita coisa para fazer durante o dia, como almoço, limpar casa, levar outros filhos para a escola. Então, a noite é bem mais tranquilo”, comenta Rosicelia Barros, grávida de 31 semanas, em acompanhamento na UBS 7 de Ceilândia.
Na mesma unidade dela, o aposentado Nilton Carneiro faz acompanhamento de saúde e foi, pela primeira vez, para uma consulta à noite. “Às vezes a gente sente alguma coisinha, que não precisa ir para hospital e a gente pode vir na UBS, inclusive, à noite agora. Sempre que precisei, fui atendido aqui”, destaca.
O atendimento noturno é semelhante ao que é oferecido durante o dia. “É para atender casos como uma otite, uma amigdalite, problemas de saúde que não são emergências, mas incomodam o suficiente para tirar a pessoa de casa e leva-la a procurar um atendimento médico”, destaca a coordenadora de Atenção Primária, Maria Alessio.
Cada uma das 19 unidades de horário estendido, assim como as outras que funcionam somente durante o dia, tem vagas para consulta marcada e também agenda aberta, ou seja, atendimento de pacientes que chegam com alguma queixa e são atendidos.
“A gente conta com sala de acolhimento, que atende aquelas pessoas em situação aguda e agenda os que podem esperar. Com isso, conseguimos diminuir bastante a quantidade de pessoas que procuram hospitais e são classificados como não urgentes e podem ser atendidos na atenção primária. Assim, desafogamos as emergências dos hospitais e UPAs”, observa Wellington Antônio Silva, gerente da Unidade Básica de Saúde 5 de Taguatinga, a primeira a adotar o horário estendido até 22h.
Vulnerabilidade
Uma das grandes preocupações do horário estendido é com relação à segurança, já que a maioria das unidades básicas de saúde, por regra, ficam em áreas de vulnerabilidade.
“Com relação a isso, fizemos contato com a Secretaria de Segurança, para que reforce o policiamento nos arredores das unidades que estenderam o horário. Também estamos tentando aditivo de vigilantes para essas UBS. Assim, estaremos protegendo a população que vai em busca de atendimento e os profissionais que vão embora neste horário”, frisa Maria Alessio.