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04/12/2019, 07:36

“O Rinoceronte” tem sessões neste fim de semana

A Agrupação Teatral Amacaca (ATA) faz quatro sessões do espetáculo “O Rinoceronte” neste fim de semana no Espaço Cultural Renato Russo.  Na sexta e sábado (6 e 7 de dezembro), as apresentações são às 20 horas. No domingo (8 de dezembro), a peça tem sessão dupla, às 16 e às 19 horas. A montagem traz um texto clássico do Teatro do Absurdo, de Eugène Ionesco, escrito em 1956, e discute um tema atual: a cultura do ódio.

“O Rinoceronte” é uma adaptação feita por Hugo Rodas, o maestro da orquestra de atores da ATA. O espectador é conduzido por uma atmosfera musical com muita reflexão social. A trama se passa em uma pacata cidade que começa a ser perturbada pela estranha aparição de um rinoceronte em suas ruas. Logo, os bichos aparecem aos montes, frutos da metamorfose de seus habitantes. 

Metáfora

Marcada por um intenso trabalho corporal dos atores em cena, a peça se vale da estética do Teatro do Absurdo para causar reflexão sobre os tempos atuais. “Absurdo é o tempo em que a gente vive. O Ionesco escolheu o rinoceronte para fazer metáfora com os neo-fascistas por ser um animal míope, que não enxerga bem o que tá acontecendo, além de ser um bicho grande, grotesco, violento e com muita força”, detalha Rosanna Viegas, atriz que integra o elenco desta que é a segunda montagem da peça feita por Hugo Rodas, – a primeira foi feita em 2003.

“O Rinoceronte”, na adaptação de Rodas, navega na metáfora, que o autor da peça desenvolveu de uma atmosfera cínica, grotesca e inquietante, que remete ao efeito manada visto em muitas sociedades diante de poderes autoritários. A comédia é uma ode à liberdade de pensamento e busca reflexão sobre a cultura do ódio tão presente em nossa sociedade atualmente.

A atualidade do texto é uma das características que impulsiona o elenco. “Falamos da loucura que é o fascismo e da iminência dele. O texto é da época do pós-guerra e aponta para um período pré-guerra, como o que vemos nesse momento em muitos países da América Latina”, analisa a atriz Camila Guerra.