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05/01/2020, 21:28

Ceilândia ganha título de Capital da Cultura Nordestina no DF

O recado, de improviso, quem dá, com muito bom humor e propriedade, é Zé do Cerrado. Radialista, poeta e cordelista paraibano há 20 anos radicado no Cerrado, o presidente da Casa do Cantador – espaço ícone da poesia e do cordel -, é só mais um dos milhares de nordestinos que abraçou a cidade de Ceilândia como sua segunda casa. São quase 70% entre baianos, cearenses, maranhenses, pernambucanos e piauienses, estes últimos  com a maior representatividade no quadradinho. Uma realidade tão visível  pelas ruas da RA que, no último dia do ano de 2019, o governador em exercício, Paco Britto, sancionou a Lei nº 6.474 declarando a “satélite” como a Capital da Cultura Nordestina do Distrito Federal.

“O Nordeste se encontra em Ceilândia. E se faz presente, sobretudo, pela sua cultura, rica e diversificada, indo do bumba meu boi ao frevo, do maracatu ao samba, além de outras manifestações”, destacou o secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues. “Recebo esse reconhecimento como muito carinho e que deve ser sempre incentivado”, endossou.

Emancipada como região administrativa em outubro de 1989, as origens da cidade, hoje com quase 433 mil habitantes, remota ao início dos anos 70, mais especificamente, março de 1971. Foi quando se deu o início da transferência de aproximadamente 82 mil moradores das ocupações não regulares da Vila do IAPI, Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão Colombo e Morro do Querosene, para os setores “M” e “N”, ao norte de Taguatinga. O projeto de relocação, chamado de Campanha de Erradicação de Invasões – CEI, daria o nome à cidade. Quem lembra bem dessa época é a feirante baiana Laurita Pereira dos Santos, 75 anos, que chegou à nova capital do país em 1964.