12/01/2020, 21:57
Bloco descontraído e irreverente abre-alas do Carnaval de Brasília
A diversidade cultural, muito bem representada no desfile das “Virgens da Asa Norte”, volta à Orla da Porte JK neste 1º de fevereiro de 2020. A folia, com início às 14h, convida o brasiliense a brincar ao som de levadas carnavalescas bem brasileiras.
Do frevo ao samba, passando pelo carimbó até o pop, o fervo terá como estrela principal Dona Onete. A ‘Rainha do Carimbó’ apresenta o show, ainda inédito em Brasília, de seu mais recente lançamento – “Rebujo”. O álbum está na lista dos 5 mais tocados na cena World Music da Europa. Outras atrações também sobem ao palco para a comandar a animação, que vai entrar noite adentro.
Às vésperas do Carnaval brasiliense de 2011, amigos se juntaram para soltar, nas ruas da capital, um ‘grito’ para os festejos de Momo. E foi de uma troça pernambucana que veio a inspiração, o bloco Virgens do Bairro Novo. Quando homens vestidos de mulher tomam as ruas de Olinda em um descontraído folguedo.
Naturais de diferentes regiões do Brasil, esse grupo de velhos e bons amigos, acompanhados de outros foliões, saíram entre os blocos e quadras da jovem cidade. Distribuindo alegria e irreverência, se intitularam de as “Virgens da Asa Norte”.
Assim nasceu o bloco, que se mistura com a identidade da Capital Federal. Plural, diversa, cheia de vida, ‘diferentona’ e que acolhe a todas e todos sem distinção. Hoje, 10 anos depois, o “Virgens da Asa Norte” já é um dos mais queridos da cidade.
Das primeiras saídas, em cortejos de algumas centenas de brincantes no Setor Bancário Norte, a folia só cresceu. Seguiu para o Conic, em 2017, e no ano seguinte para o Complexo Cultural da República. A animação, nestes dois anos, foi comandada de cima de em Trio Elétrico.
Em 2019, após ter colorido o coração da cidade, aportou às margens do Lago Paranoá, com vista para um dos cartões postais – a Ponte JK. Edição que reuniu 25 mil bufões irreverentes de toda sorte, idades e identidades, que brincaram respeitando a diversidade e onde o assédio ficou de fora.
O público é formado por todos os arranjos de famílias e proporcional entre homens e mulheres. “Muitos trazem seus filhos e os foliões sentem-se à vontade e seguros para mergulharem na magia do Carnaval em sua plenitude”, descreve Henrique Aragão, um dos idealizadores e organizadores. E ressalta, “a comunidade LGBTQIA+, inclusive, se sente bem representada na diversidade e descontração do bloco”.
Neste 10º ano consecutivo das “Virgens da Asa Norte”, o bloco volta a ocupar a Orla da Ponte JK. Onde os brasilienses e turistas poderão brincar o Carnaval em meio a uma energia de paz, respeito e empatia, acolhidos por um cenário que é a cara de Brasília.
Para este aniversário do bloco, que coincide com os de 60 anos de Brasília, os organizadores pretendem alcançar a utopia de Lúcio Costa e Burle Marx. “Iremos transformar a Capital Federal em Capital de Carnaval, por um dia”, sugere Angelica Fornazier, também idealizadora e organizadora do bloco.
Todas as características multiculturais de Brasília, segundo Angelica, estarão representadas no desfile. “Os foliões se encontrarão imersos em uma grande celebração à diversidade cultural com direto a bateria, orquestra de frevo e cantor pop”, adianta.