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14/01/2020, 08:56

Serviço de Inteligência britânico diz que Londres pode trabalhar com Huawei

O governo britânico pode trabalhar com a fabricante chinesa Huawei em sua rede 5G sem comprometer os laços com a Inteligência dos Estados Unidos – considerou o chefe do MI5, Andrew Parker, na última segunda-feira (13).

Essas palavras poderiam alimentar especulações sobre uma possível autorização dada em breve pelo primeiro-ministro Boris Johnson sobre a participação do grupo chinês na rede móvel 5G britânica.

Os Estados Unidos estão pressionando os países da Europa, incluindo o Reino Unido, para excluir a Huawei, citando os vínculos da empresa com o governo chinês e o fato de que seus equipamentos poderiam ser usados para fins de espionagem. A Huawei sempre negou ambas as acusações.

Questionado sobre os possíveis danos às relações de Inteligência com Washington, o chefe do serviço de Inteligência interno britânico disse que “hoje não há motivos para pensar isso”, em uma entrevista ao “Financial Times”.

A parceria entre Estados Unidos e Reino Unido é “muito próxima e confiável”, acrescentou Parker, que deve deixar o cargo em abril.

A cooperação no âmbito da Inteligência ocorre em particular por meio do “Five Eyes”, uma parceria entre os serviços de Inteligência dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Essa declaração do chefe do MI5 ocorre no momento em que, de acordo com a imprensa britânica, uma delegação americana está em Londres para convencer o governo britânico a não trabalhar com a Huawei.

O Reino Unido adiou várias vezes sua decisão sobre a Huawei, principalmente devido às eleições parlamentares de dezembro.

Segundo a imprensa britânica, agora é iminente e pode ser anunciada ainda em janeiro.

“O governo continua refletindo sua posição sobre fornecedores de alto risco, e uma decisão será tomada no devido tempo”, disse um porta-voz do governo à AFP.

“A segurança e a resiliência das redes de telecomunicações no Reino Unido são de suma importância”, acrescentou a mesma fonte.

No início de dezembro, o próprio Boris Johnson lembrou a importância das relações de Inteligência com os Estados Unidos, mas advertiu que o Reino Unido não era hostil ao investimento estrangeiro.

Em abril de 2019, um vazamento na imprensa britânica revelou que o governo conservador da época, liderado por Theresa May, estava prestes a autorizar uma participação limitada da Huawei na rede 5G do país.

O fornecedor de equipamentos chinês não estaria envolvido no coração da rede, mas em infraestruturas menos sensíveis.