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01/04/2020, 15:24

O novo coronavírus e as gestantes

Diante da pandemia do novo coronavírus, da crescente evolução da doença e pela velocidade que o vírus se espalha, muitas grávidas têm ficado inseguras por não saberem se estão mais suscetíveis ao vírus. De acordo com o ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe), dr. Matheus Beleza, durante a gravidez a mulher passa por modificações fisiológicas com o objetivo de permitir o desenvolvimento do bebê que possui metade do seu material genético oriundo do pai. “ Por este motivo, é natural que gestantes sejam mais susceptíveis à infecções como a COVID-19, sendo consideradas população de risco”, completa o médico.  
Ainda de acordo com o especialista, todas as pesquisas até o momento, mesma as que possuam uma amostra pequena de gestantes, não comprovam que há infecção fetal durante a gestação, ou seja, não foi comprovado que haja passagem do vírus pela placenta. “No entanto, é importante ressaltar que qualquer condição inflamatória que afete a mãe poderá afetar a gestação, promovendo maior risco de parto prematuro, restrição de crescimento fetal e até mesmo abortamento. Neste contexto, é muito importante que qualquer sintoma seja relatado ao médico do pré-natal para as orientações e cuidados pertinentes em cada caso”, reforça dr. Matheus.  
Já sobre amamentação, o ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe), diz que as mesmas pesquisas que testaram se há passagem do vírus para o bebê ainda intra-útero, mostram que o leite materno não possui o vírus. No entanto, a proximidade entre mãe e recém-nascido no momento da amamentação aumenta muito a possibilidade de transmissão. “ Desta maneira, mães que possuem sintomas respiratórios serão orientadas juntamente com a equipe de pediatria para que possam amamentar de maneira segura. Nos casos graves e quando houver risco muito elevado de transmissão, é possível que a amamentação seja contraindicada”, explica.

As principais recomendações para as gestantes são:

-Manter o isolamento social sempre que possível.
-Higiene das mãos e objetos que tenham tido contato com o meio externo.
-Manter uma alimentação diversificada, evitando períodos prolongados de jejum.
-Valorizar a qualidade do sono.
-Buscar orientações adequadas com o médico do pré-natal e segui-las.
-Não tentar métodos caseiros ou sem embasamento científico para melhora da imunidade.
-Não tomar decisões sem perguntar ao seu médico do pré-natal.
-Estar ciente que os sintomas isolados e LEVES como cólicas, falta de ar e cansaço, podem estar relacionados à gestação, sem qualquer relação com o COVID-19.
-Em caso de febre, tosse e/ou falta de ar procurar uma emergência!!