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06/07/2020, 11:16

Líder do Podemos na Câmara volta a cobrar corte de salários parlamentares no Brasil

O líder do Podemos na Câmara, deputado federal Léo Moraes (RO), voltou a criticar a resistência do Congresso em votar a proposta de redução dos próprios subsídios. O deputado, que desde abril devolve 50% da cota parlamentar e doa metade do salário para instituições, lembra que países como Uruguai, Argentina, Paraguai e Equador realizaram cortes de despesas políticas, entre 20% e 50%, e realocaram esses recursos para as ações emergenciais de combate ao coronavírus.

No Brasil, a redução salarial pela metade de deputados e senadores geraria uma economia mensal de R$ 10 milhões. De acordo com dados da Controladoria Geral da União, poderiam ser comprados até 357 ventiladores pulmonares por mês, ao custo de R$ 28 mil.

“Está na mesa do Rodrigo Maia o meu projeto de decreto legislativo para reduzir em 50% a remuneração dos parlamentares da Câmara. Temos consciência que o montante economizado não será suficiente diante das necessidades que a pandemia causou no sistema de saúde e na economia. Mesmo assim, outros países, aqui na América do Sul, fizeram o corte. É um gesto de solidariedade, de respeito à população e, quem sabe, de incentivo para que o Poder Executivo e o Judiciário também adotem a redução salarial do alto escalão”, defende Léo Moraes.

Atualmente, o custo anual da mão de obra dos três poderes é de aproximadamente R$ 210 bilhões. Desse total, R$ 175 bilhões é do Poder Executivo; R$ 25 bilhões é referente ao Ministério Público e Judiciário; e cerca de R$ 10 bilhões é do Congresso Nacional.

“No mês passado, o presidente Bolsonaro propôs que cortássemos o próprio salário, e ele está correto. No entanto, a proposta foi recebida como uma provocação e nem sequer foi discutida. Comparando com outros países, é inacreditável que o Brasil vai passar por uma pandemia dessa magnitude, com sacrifícios de todas as camadas da população, e a classe política vai sair intacta, sem abrir mão de nem um real”, critica Léo Moraes.

Estima-se que, desde o início da pandemia, mais de 10 milhões de brasileiros formalizados sofreram algum tipo de corte ou suspensão de contrato. Segundo o IBGE, o mercado de trabalhadores formais no Brasil possui 32,2 milhões de empregados.