15/08/2020, 12:19
Pesquisa analisa relação entre isolamento social e doenças mentais
Uma pesquisa sobre o comportamento dos brasileiros durante o isolamento social mostra que as pessoas que deixaram o isolamento para se entreter, apresentaram piores níveis de adoecimento mental do que aquelas que continuaram em quarentena. O isolamento social foi uma das medidas adotadas por governos estaduais e municipais para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.
“A pessoa que permaneceu em quarentena parece ter mais recursos emocionais, cognitivos, para ficar confinada, em comparação com aquelas pessoas que flexibilizaram para o entretenimento”, disse o coordenador da pesquisa, professor Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O estudo começou em março e está agora na terceira fase, de análise de dados. Os resultados da terceira fase, realizada entre os dias 20 e 25 de junho, deverão ser divulgados até o final deste mês, prevê Filgueiras.
Outro dado interessante é que pessoas que precisam sair para trabalhar costumam adoecer mais, do ponto de vista mental, do que aquelas que permanecem trabalhando de casa. “O advento do home office é protetivo do ponto de vista de saúde mental, comparado com pessoas que precisam sair para trabalhar”, apontou Filgueiras. Motoristas de ônibus, entregadores, profissionais de saúde que estão na linha de frente, todos apresentam quadros piores de sintomas de doenças mentais, completou.