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18/10/2020, 20:37

Pantanal: equipe do GDF narra tragédia que ocorre na região

Quem acompanha o noticiário sobre a tragédia no Pantanal pode ter a impressão de que os grandes desafios da fauna da região foram sobreviver à seca e aos incêndios florestais. Integrante da equipe do Instituto Brasília Ambiental, que contribuiu durante 19 dias no cuidado com os animais vitimados, a auditora fiscal Karina Torres retornou recentemente do local e relata que essas duas questões são só o começo do problema. A equipe composta por três auditores fiscais, uma analista ambiental e uma veterinária do Hospital Veterinário Público (Hvep), foi ao Pantanal, região de Poconé (MT)  em  23 de setembro. A missão atendeu a um pedido do Ibama. Eles se deslocaram em viaturas com quatro analistas do órgão ambiental federal.

Eles se locomoveram numa viatura com tração 4×4, porque as áreas queimadas são de difícil acesso. Segundo a auditora, nos primeiros dois dias, havia muito fogo na região da rodovia Transpantaneira, que liga a cidade de Poconé à localidade de Porto Jofre, na beira do Rio Cuiabá, divisa dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A principal ocupação da equipe foi a busca de possíveis animais queimados. “Nosso trabalho foi, principalmente, o manejo de fauna, seja de forma direta ou indireta”, ressalta, esclarecendo que qualquer um dos dois tipos de manejo depende de autorização, que estava sendo dada pela Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso. Durante essas ações, a equipe percebeu que muitos dos animais, que não morreram tendo como causa direta a maior seca do Pantanal dos últimos 20 anos – segundo os pantaneiros – , ou a maior queimada ocorrida na região, corriam o risco de perder suas vidas de outra forma.

“Os animais que conseguiam sobreviver ao fogo perdiam a noção do seu território, da área de forrageamento [de busca e exploração de recursos alimentares], e fugindo do fogo, em busca de novas áreas, aumentaram o trânsito nas estradas. Aí, nos deparamos com outra tragédia, os atropelamentos”.