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21/10/2020, 22:52

Senadores criticam recuo na compra de vacina contra Covid-19

O recuo do governo na compra da vacina Coronavac foi motivo de críticas de vários senadores. O presidente da República, Jair Bolsonaro, desautorizou o Ministério da Saúde, que havia anunciado na terça-feira (20) a compra de 46 milhões de doses da vacina contra o coronavírus produzida pelo Instituto Butantan em parceria com um laboratório chinês. Os senadores classificaram o recuo como “estupidez”, “falta de conhecimento” e até “atentado contra a saúde pública”.

Na visão da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a decisão de desautorizar o Ministério da Saúde a comprar a vacina chinesa “beira a estupidez”. Ela disse que desprezar uma vacina eficaz apenas em razão do país que a produz é menosprezar a vida. Para a senadora, politizar a saúde pública é irresponsabilidade.  “Queremos a cura da doença”, concluiu Eliziane, em sua conta no Twitter. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também foi ao Twitter para afirmar que “é atentado à saúde pública o descaso do presidente [Bolsonaro] com a vida dos brasileiros”. Segundo o senador, a vacina contra o coronavírus é medida obrigatória, “não importa de que país venha”. Ele ainda disse que “vidas humanas não são números nem podem ser ameaçadas pela irresponsabilidade de governantes”. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apontou que “além de demonstrar a falta de conhecimento e de empatia com a vida das pessoas, chamar a vacina de ‘vacina da China’ é xenofobia”.

Ele lembrou que vacina Coronavac está sendo produzida em parceria com o Instituto Butantan, respeitando testes criteriosos. Toda e qualquer vacina está descartada, diz Bolsonaro. O protocolo de intenções foi assinado no dia 19 de outubro e anunciado ontem em reunião realizada entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade (…) Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado nela, a não ser nós. Após reclamação de Bolsonaro na internet, o secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, negou qualquer acordo com o governo de São Paulo e disse que o que houve foi um “protocolo de intenção” assinado com o Instituto Butantan. Reforçou.