14/04/2021, 18:07
Fiocruz assina acordo de combate à transmissão da doença de Chagas
Um convênio assinado hoje (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a agência internacional Central Internacional para a Compra de Medicamentos contra a AIDS, Malária e Tuberculose (Unitaid, sigla em inglês) vai buscar a eliminação da transmissão congênita (da gestante para o bebê) da doença de Chagas no Brasil, na Colômbia, na Bolívia e no Paraguai. O anúncio foi feito no Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado hoje porque foi em 14 de abril de 1909 que a primeira paciente com a doença foi diagnosticada pelo pesquisador Carlos Chagas. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, existem 1,12 milhão de mulheres em idade fértil infectadas pelo protozoário causador da doença na América Latina, onde são esperados anualmente entre 8 mil e 15 mil bebês nascidos com a doença.
Por meio do convênio, o Consórcio Chagas, as entidades vão investir em conscientização sobre a doença de Chagas, para ampliar e melhorar o acesso ao diagnóstico, tratamento e atenção integral. Chamado de Projeto Cuida Chagas (Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas), a iniciativa será liderada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, celebrou a parceria e lembrou que o combate à doença de Chagas faz parte da história da fundação, já que Carlos Chagas integrava o corpo de cientistas da instituição. “Neste ano, em meio aos efeitos tão dramáticos da pandemia de covid-19, conseguimos, num esforço institucional e de muitos parceiros, não só estar celebrando esse dia, mas estar construindo e dando início ao projeto, rumo à eliminação congênita da doença de chagas na América Latina”.
Segundo a Fiocruz, o problema da transmissão congênita da doença é agravado por fatores como a escassez de ferramentas diagnósticas e opções de tratamento, a baixa adesão ao tratamento, a falta de conhecimento e compreensão entre profissionais de saúde e pessoas em risco, as vulnerabilidades socioeconômicas de áreas endêmicas e a baixa mobilização social. A transmissão congênita da doença é considerada uma das principais vias de infecção, e vem ganhando mais peso proporcional entre os novos casos devido ao sucesso de medidas de controle de outras formas de transmissão.