21/06/2021, 20:39
Circuito Candango de Culturas Populares celebra fim da primeira etapa com grande festival
O Festival Candango de Culturas Populares nasce em um período ímpar para o mundo, mas principalmente para as culturas tradicionais. Enfrentando todas as complexidades causadas pela pandemia, mas adaptando-se com maestria às necessidades de distanciamento social, o amplo projeto, capitaneado pelo Instituto Rosa dos Ventos e fomentado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, oferece mais uma oportunidade ao público de disfrutar das artes de mestras, mestres e brincantes com apresentações ao vivo, em formato de serenata, de 17 a 27 de junho, da janelas de suas casas, com segurança e conforto.
Assim, para acender a fogueira dos corações candangos, neste frio de junho, territórios pulsantes de cultura popular ocupam o Distrito Federal com o mote Vem Pra Janela, mantendo uma distância segura, porém, calorosa. Será um mês inteiro de programação com 8 grupos, em mais de 15 apresentações, por 5 cidades.
Os tradicionais festejos como São João do Seu Teodoro, a festa de aniversário de Seu Estrelo, o festival de música de Martinha do Coco e as quadrilhas juninas locais convertem-se em serenatas, chegando em cortejos a Sobradinho, Taguatinga, Guará, Lúcio Costa, Asa Sul e Asa Norte.
Dos grupos e artistas que participaram do circuito, estarão presentes no festival de encerramento: Breno Alves, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, Orquestra Alada, Bumba Meu Boi de Seu Teodoro, Mestra Martinha, Asè Dudu, Bumba Maria Meu Boi e Quadrilha Junina Pinga em Mim.
O cronograma terá apresentações surpresa — sem a divulgação precisa de local e horário para evitar aglomerações — de grupos e artistas integrantes da agenda bienal do Circuito Candango de Culturas Populares, que promoveu territórios culturais locais, valorizando suas expressões por meio de múltiplas atividades, tanto educativas como de entretenimento, nos modos presencial e virtual. Foram oficinas, apresentações, debates, documentários, enfim, um leque diverso de possibilidades para a comunidade apreciadora das matrizes de nossa cultura.
Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, detalha como o festival foi desenhado para receber o público: “uma de nossas mais importantes metas com a realização do Festival Candango de Culturas Populares é reavivar no imaginário da comunidade a lembrança da brasilidade, é rememorar o aconchego de nossas raízes, é recordar a importância da nossa ancestralidade, que são marcantes em nossas expressões culturais, sobretudo, nas de tradição popular. Inspirar o orgulho de ser daqui, dessa terra tão plena de arte, é o que essa programação tão bem cuidada pretende proporcionar”.
Durante o longo período, de fevereiro de 2020 a junho de 2021, o circuito buscou tornar-se uma referência na produção e na promoção de artistas, de grupos e de territórios do Distrito Federal. Para tanto, promoveu ações sociais, artísticas e culturais, difundiu fazeres e saberes bem como articulou meios e soluções, a fim de fortalecer a identidade e a diversidade candangas. A valorização da ancestralidade, o apreço pela cultura como ferramenta de transformação, a reafirmação da diversidade, a promoção da equidade foram expressões-chave para a realização desse nobre calendário artístico.
Filho de Seu Teodoro e presidente do Bumba Meu Boi, Guarapiranga — mais conhecido como Guará — fala um pouco sobre a importância do Circuito Candango para sociedade e para a classe artística: “o Circuito Candango de Culturas Populares vem para somar à cultura popular, aos ancestrais, às pessoas que, antes de nós, faziam arte, faziam cultura. Ele vem para valorizar, gerar emprego e renda, divulgar, capacitar, ou seja, ele proporciona só coisas boas para nossa comunidade. É um projeto que deve ter longa duração. Não pode ser somente de 1 ano, tem que ser um projeto contínuo, porque é uma proposta fascinante, que contribui muito para agentes culturais, principalmente nesse cenário de pandemia”.