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08/07/2021, 17:33

É Hora de União

Tenho muitos defeitos e memória fraca é um deles, embora isso nem sempre seja ruim: quem esquece fácil tem menos probabilidade de guardar rancor. A má notícia é que o distraído também tem mais chance de persistir em escolhas erradas e, neste ponto, essa minha característica, tão brasileira, pode ser a causa de muito do nosso infortúnio político, em especial no que se refere aos repetidos mandatos de pessoas absolutamente abjetas. Parece-me que, ao candidato, é melhor estar nas mídias por um comportamento totalmente reprovável do que não ter seu nome lembrado pelo eleitor quando em frente às urnas.
Por outro lado, é preciso muito cuidado quando se utiliza a máxima do “teu passado te condena” para confrontar quem marcha ao seu lado numa guerra. Neste momento, sou mais adepta de “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. É claro que esse aliado de momento exige atenção e, tão logo a vitória se alcance, deve ser imediatamente despachado para sua própria trincheira, mas rejeitar qualquer apoio sincero, agora, é, no mínimo, burrice.
Pior ainda é quando esse repúdio vem na forma de agressão e foi isso o que fizeram membros do PCO ao hostilizarem Peessedebistas que engrossaram as manifestações pelo impeachment neste sábado. Deram munição ao presidente para acusar seus adversários de arruaceiros e violentos e ainda provocaram uma cisão desnecessária, quando a maioria das pessoas que gostaria de ir às ruas ainda está evitando aglomerações. Agora teremos protestinhos de direita e de esquerda, ao invés de uma grande união pela democracia.
Pensa comigo. Você pode ter verdadeiro ódio de quem votou e, mais ainda, de quem fez campanha para Bolsonaro em 2018, apesar de todos os seus esforços para lembrá-los do quanto ele é despreparado, autoritário, truculento, corrupto, inconsequente, mau…
Mas não dá para esquecer que são esses arrependidos que farão a diferença em 2022. Afinal, se ninguém mudar seu voto, teremos mais quatro anos disso daí, talkei?