27/08/2021, 12:56
Febre de dente: saiba quanto tempo dura e como identificá-la
Será que o seu bebê está com “febre de dente”? Afinal, um dos grandes desafios dos pais durante o primeiro ano de vida é entender o que está incomodando a criança sem que ele fale uma palavra se quer. Será que é fome? Ou será que é dor? Será que é frio? Ou será que é sono? Será que é por conta do nascimento dos dentes? Ao menos, em uma dessas hipóteses, nós vamos te ajudar a entender.
Esta tarefa de descoberta da fase de desconforto é ainda mais difícil no início da dentição, que geralmente ocorre por volta dos seis meses. No entanto, lembre-se que é normal e comum que alguns bebês atrasem e outros se adiantem nesse processo. Por isso, é tão importante o acompanhamento com um profissional, conforme a odontopediatra Samantha Souza.
“Esse período coincide com vários processos do desenvolvimento infantil. E é comum que os pais atribuam ao nascimento dentário reações causadas por outros fatores. Entre as situações simultâneas à erupção dos dentes pode estar a entrada na creche, a introdução alimentar e o contato de objetos com a boca, por exemplo. Sendo assim, é importante se atentar ao comportamento do pequeno para não relativizar os sintomas, inclusive a febre”, alerta a especialista.
Vale ressaltar, no entanto, que estudos recentes já mostram que a febre não está necessariamente sendo causada pelo nascimento dos dentes, mas acontece em um período no qual a criança, por colocar mais objetos à boca (até mesmo por conta do desconforto causado pelo rompimento gengival), ter contato com alimentos e pessoas diferentes, acaba sendo acometido por outras infecções oportunistas.
“Algumas pesquisas apoiam que um estado febril, de até 37,7°C associado ou não a episódios de diarreia são fatores que podem estar ligados ao nascimento dos dentes nos bebês, embora não esteja efetivamente comprovada essa associação”. Apesar de popularmente chamada de “febre de dente”, os especialistas caracterizam a elevação da temperatura por causa do nascimento de dentário como sub-febre ou estado febril, pois fica entre 37,2 e 37,8 °C. É um sinal de alerta, mas não chega a ser considerada febre, por muitos.
Esta febre no bebê, para ser considerado um episódio natural, além de não superar este limite de temperatura de 37,7°C, em geral dura um ou dois dias. Samantha chama a atenção que febres persistentes devem ser investigadas o quanto antes, com um médico pediatra. Ela também explica que esse estado febril pode acontecer devido ao “rompimento” da gengiva, causando um estado inflamatório local. Isso acontece tanto pela resistência orgânica baixa no bebê, quanto pelo fato de, muitas vezes, estarem “nascendo” vários dentinhos ao mesmo tempo, o que deixa o bebê mais suscetível a infecções.
“Porém, essa febre também pode ser consequência da contaminação das mãos e/ou objetos levados à boca, em razão do desconforto gengival provocado pelo nascimento dos dentes, levando a uma infecção bacteriana ou virótica comum nessa fase do desenvolvimento infantil.”, contribui a odontopediatra.