24/03/2022, 16:01
JESUS — O PRÍNCIPE DA PAZ
por Paiva Netto
A grande mensagem da Religião do Terceiro Milênio, que se inspira no Cristo, o Príncipe da Paz, para os tempos de conflagrações que vivemos ciclicamente é esta: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. Trata-se de um trabalho de educação de largo espectro; mais que isso, de reeducação. E essa energia poderosa é o Amor Fraterno — não o ainda incipiente amor dos seres humanos —, mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar. Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai evitar os diferentes tipos de guerra, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente.
Os povos discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexos por não descobrir a solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus!
“(…) o Reino de Deus está dentro de vós” (Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 17:21).
E devemos sempre repetir que “Deus é Amor!” (Primeira Epístola de João, 4:8). Não o amor banalizado, mas a Força que move os Universos. Lamentavelmente, a maioria esmagadora dos chamados poderosos da Terra ainda não acredita bem nesse fato e tenta em vão desqualificá-lo. São os pretensos “donos da verdade”… Entretanto, “o próximo e último Armagedom mudará a mentalidade das nações e dos seus governantes”, afiançava o Proclamador da Religião Divina, Alziro Zarur (1914-1979). E eu peço licença a ele para acrescentar: governantes sobreviventes.
Conforme anunciado no austero capítulo 16, versículo 16, do Livro da Revelação, o Apocalipse, “Então, os ajuntaram num lugar que em hebraico se chama Armagedom”.
(Armagedom, local onde reis, príncipes e governantes são agrupados para a batalha decisiva.)
Em louvor à Paz
Nestes tempos sombrios que a humanidade atravessa — conforme afirmei em meu artigo “Em louvor à Paz” —, se não nos é permitido evitar a Terceira Guerra Mundial, fruto da semeadura de milênios de loucuras humanas, não desejamos o remorso de não ter feito o possível e o impossível para lembrar ao mundo a Paz de Deus. Por todos os meios e modos, contrapomo-nos há muito ao ditado latino “Se queres a Paz, prepara-te para a guerra” (“Si vis pacem, para bellum”), proclamando o espírito que inspirou Rui Barbosa (1849-1923), o corajoso “Águia de Haia”, quando disse: “Se queres a Paz, prepara-te para a Paz”.
Em Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), ao discorrer sobre a Paz, cuja conquista tanto angustia a humanidade — que cada vez mais tem vivido com a “espada de Dâmocles” pendendo sobre sua cabeça —, considero que, num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob a ameaça de bombas nucleares; de esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus, isto é, sem o correspondente avanço espiritual, moral e ético. O ser humano, pelo caminho do Amor, ou, se preferir, da Dor, descobrirá que não é somente intelecto, estômago e sexo, jugulado ao que toma como realidade única do mundo. Há nele o Espírito Eterno, que lhe fala de outras vidas e de outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão. A paz dos homens é, ainda hoje, a dos lobos e de alguns loucos imprevidentes que dirigem povos da Terra.
A Paz, a verdadeira Paz, nasce primeiro do coração limpo do ser humano. E só Jesus Ecumênico pode purificar o coração da humanidade de todo ódio, porque Jesus é o Senhor da Paz. E Ele próprio afirma, como tantas vezes lembrou o Irmão Zarur: “Eu sou a Árvore, vós sois os ramos; sem mim nada podereis fazer. Eu não vos deixarei órfãos. Novo Mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se vos amardes como Eu vos amei. Ninguém tem maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 15:5, 14:18, 13:34 e 35; e 15:13).
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com