À frente da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Legislativa, a deputada Júlia Lucy (sem partido) celebrou, em sessão solene no plenário, as parcerias que viabilizaram ações de Planejamento Familiar Reprodutivo, como a inserção de dispositivos intrauterinos (DIU) em mulheres em situação de vulnerabilidade. Durante o evento, transmitido ao vivo pela TV Câmara Distrital (canal 9.3) e YouTube, a parlamentar destacou a cooperação do Grupo Mulheres do Brasil DF, entre outras instituições parceiras.

“Hoje é a celebração de uma vitória”, disse Lucy, ao citar as cem mulheres beneficiadas com a colocação de DIU. Para ela, todas as mulheres devem ter acesso a métodos anticonceptivos e a liberdade de decidir quantos filhos desejam e o momento de tê-los.  “A gravidez não planejada, principalmente durante a adolescência, é um gravíssimo problema social”, considerou, ao argumentar por políticas públicas de auxílio ao planejamento familiar e de concessão de métodos anticonceptivos. “Fui mãe na adolescência e foi muito difícil conciliar a maternidade precoce com os anseios de crescimento profissional”, testemunhou Lucy, que defendeu o enfrentamento da questão de forma transparente e sem tabus. Segundo a parlamentar, a ação de distribuição de DIU em localidades do DF, a exemplo da Cidade Estrutural, enfrentou diversos problemas, como a dificuldade de acesso a métodos anticoncepcionais e a existência de grupos, religiosos inclusive, que não aceitam mudanças e avanços nas pautas ligadas à mulher e à saúde reprodutiva. Superados os obstáculos, as ações são “motivos de orgulho para mim”, comemorou. A vice-presidente do Conselho Consultivo do Grupo Mulheres do Brasil DF, Glória Guimarães, parabenizou as ações de planejamento familiar reprodutivo. Ela informou que o grupo tem viés suprapartidário e abarca, no DF, mais de mil mulheres atuantes que apoiam políticas afirmativas e impulsionam projetos em benefício das mulheres. A líder do Comitê Saúde do Mulheres do Brasil, a médica Lucila Nagata, descreveu o engajamento do grupo ao projeto da Procuradoria da Mulher. Responsável técnica pelas ações, a médica relatou que foram inseridos 55 DIUs em pacientes, sendo que até o final de abril esse montante chegará a uma centena. As ações também envolvem o acompanhamento dessas pacientes durante cinco anos, além de exames preventivos de câncer. Em nome da Secretaria de Saúde do DF, a diretora do Hospital Regional da Asa Norte, Mariana Alcazas, reforçou a importância do planejamento familiar, que implica, segundo ela, amplas questões de saúde pública, como controle da natalidade, redução do aborto e proteção da criança.