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03/07/2022, 17:07

Espetáculo: “A mãe morta” aborda relações familiares tóxicas e trajetória LGBTQIA+

Colunista: Felipe Lucchesi

Sexta-feira (1) estreou em São Paulo, capital, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), o espetáculo: “A mãe morta“, com a dramaturgia assinada por Mica Ella Cimet e direção de Beatriz Miranda.
A obra expõe e questiona relações familiares tóxicas, homofobia, racismo, intolerância religiosa e além disso, evidencia a trajetória de uma mulher trans diante do autoconhecimento, autoaceitação e preconceitos enfrentados vindos de uma parcela da sociedade mas também, da própria família.

Ucrânia, México e Brasil

A diversidade cultural está presente no enredo, que se passa entre 1930 e 2021, unindo Ucrânia, México e Brasil.
Vale ressaltar que algumas cenas ganham tamanha imersão, que os personagens apresentam idioma compatível com o país onde ocorre tal história, mas isso não deve gerar preocupação dos espectadores, afinal, a linguagem corporal e expressões são ricas de tal maneira, que a mensagem consegue ser transmitida sem “ruídos”, tornando-se totalmente compreensível.

Cruel, delicado e transformador

O formato escolhido foge do tradicional. Enquanto os personagens transitam entre passado e presente, os espectadores percorrem os cenários correspondentes com cada trecho da história.
A plateia une-se ao elenco, quebrando a tão famosa “quarta parede” que existe no meio teatral e facilita dessa maneira, a fluidez de emoções.

“A sua mãe é a mãe que nunca tive.” diz uma das personagens, enquanto a outra responde: “Ela também é a mãe que nunca tive”.

A relação familiar não é romantizada dentro do texto e isso concede aos espectadores a necessidade de rompimento de qualquer percepção que vá ao encontro do perfeito, do amor pleno e da necessidade de tudo ser permissivo quando associado à própria família.
A delicadeza ganha espaço através da música, que ora é cantada pelo elenco e ora, é guiada por um músico.

Ficha Técnica

Dramaturgia: Mica Ella Cimet. 
Orientação Dramatúrgica: Marcos Barbosa.
Direção Artística e Encenação: Beatriz Miranda. 
Assistência de Direção: Caroline Cassinelli. 
Direção de filmagem e registro de ensaios: Will Silva. 
Assistência de filmagem e captação de som: Tiel Del Valhe. 
Produção: Corpo Rastreado – Thaís Venitt e Bruno Portela. 
Direção de Produção e Realização: Flexágono Produções Culturais. 
Elenco: Alexandre Nascimento, Bea Lerner, Bruli Maria, Cora Valentini, Fabiana Fields, Gustavo Merighi, Laerte Mello, Lucas Itri, Luciana Schwinden, Sofia Riccardi. 
Figurino: Victoria Moliterno. 
Direção de canto: Sonia Goussinsky. 
Piano e sonoplastia: Cella Azevedo. 
Preparação Vocal: Lúcia Gayotto. 
Treinamento de Técnica Meisner: Tomás Rezende. 
Desenho de Luz: Aline Santini. 
Direção de arte: Kleber Montanheiro. 
Cenotécnico: Wanderlei Wagner. 
Desenho de vídeo e projeção: Grissel P. Manganelli. 
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. 
Pesquisa e acervo fotográfico: Esther Cimet. 
Design Gráfico: Renan Marcondes.

Serviço

Centro Cultural São Paulo – CCSP – Sala Espaço Missão e Anexo da Adoniran.

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso/SP.

Temporada: De 1 a 24 de julho de 2022. Sextas e sábados, às 21h, e domingo, às 20h.

Duração: 90 minutos. Classe indicativa: 16 anos. Capacidade: 60 lugares.

Ingresso: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia). Pessoas trans terão entrada gratuita no espetáculo.

Os ingressos estarão disponíveis para a compra na bilheteria do CCSP, uma hora antes da apresentação. Para retirá-los, será necessário apresentar o comprovante de vacinação da Covid-19 (físico ou digital), com no mínimo duas doses.

 

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