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27/09/2022, 12:50

Grupo Aconchego promove ações que fomentam a autonomia de jovens acolhidos em abrigos

Sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a juventude, é fundamental para se formar adultos prósperos e seguros. Crendo nesta iniciativa como base social, o Grupo Aconchego – Organização da Sociedade Civil (OSC), com o apoio do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal (CDCA/DF), lançou o Projeto Identidade Promoção da Autonomia e Construção de Projeto de Vida (PIPA). 

Iniciativa cujo objetivo é a elaboração de atividades que auxiliem na construção de projetos de vida, promovam autonomia e fomentem o potencial de adolescentes que moram, provisoriamente, em casas de acolhimento. Em tese, o acolhimento institucional ou familiar é uma medida de proteção excepcional e provisória contemplada pelo ECA (Lei 8069/90, art. 101) que defende que esta situação não deve se prolongar por mais de dezoito meses. Entretanto, é comum que muitos adolescentes permaneçam nas instituições até completarem 18 anos de idade, exigindo de toda rede de acolhimento um tempo de preparação para o desligamento do serviço na fase adulta. 

Atualmente, Brasília possui 14 instituições de acolhimento e uma de serviço de Família Acolhedora. 

Quantidade de acolhidos nas instituições
Faixa etária Número de acolhidos
Crianças de 0 a 12 anos Cerca de 250
Adolescentes de 12 a 18 anos Cerca de 150

Instituições que apoiam o programa PIPA
Casa de Ismael Irmão Áureo
Lar Infantil Chico Xavier Lar Jesus Menino
Lar de São José Nosso Lar
Duas casas da rede de Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA)

Juntas, essas instituições encaminharam 62 adolescentes de 12 a 18 anos incompletos para o projeto. Destes, 49 confirmaram suas inscrições e como participantes.  

Ao todo, a equipe técnica do Aconchego formou seis grupos de adolescentes, sendo, cada grupo atendido por dois técnicos da área de psicologia, serviço social ou educação e também dois estagiários do último ano de psicologia para prestar assistência. No cronograma estão previstas a realização de 19 oficinas de atendimento social com cada grupo. Cada oficina apresenta atividades diferentes e são divididas em três etapas: 


Autoconhecimento
O tempo antes do acolhimento, o tempo no acolhimento e o tempo futuro.
Construção do Projeto de Vida O que eu desejo para a minha vida no futuro?
A promoção da autonomia O desligamento e o pós desligamento do acolhimento – minhas rotinas, o autocuidado e a educação financeira. 

Etapas do programa

Com duração total de 12 meses, o projeto se encerra em dezembro de 2022. Iniciado em janeiro com a inscrição de 49 adolescentes de 12 a 18 anos, destes, 43 seguem participando do projeto. No momento, os grupos estão elaborando o projeto de vida e fazendo exercícios para a promoção da autonomia. Até o final do ano, estão previstas duas oficinas de rádio, atividade em que poderão gravar um podcast com suas histórias de vida e um workshop de encerramento.

Propor um espaço de diálogo e formação para profissionais e cidadãos é uma atitude única. “Investir em ações como essa é assegurar um olhar técnico, sensível e de qualidade à infância e adolescência, e consequentemente à toda a sociedade. É gratificante saber que podemos promover mudança na vida de quem mais precisa”, ressalta a psicóloga. 

Participação da sociedade

O projeto prevê ainda a realização de ações que promovam a inserção destes indivíduos à cultura, o esporte e lazer, bem como a inserção no mercado de trabalho através de estágios, menor aprendiz e cursos profissionalizantes. 

Além disso, conta com a preparação de pessoas da comunidade para exercerem o papel de padrinho ou madrinha de cada adolescente, no qual uma pessoa de referência inclui o adolescente em seu projeto de vida, em sua rede pessoal, proporcionando vivências afetivas que asseguram o desenvolvimento, a autoestima, e o encontro de novas saídas para seus conflitos existenciais. 

“Desta forma, atuando como um mediador no momento do desligamento da instituição, podemos dar apoio e auxiliar no seu projeto de vida nos dias que se seguem no pós-desligamento. Quanto mais a sociedade contribui para cuidar e proteger esses jovens, mais chances temos de que ele se saia bem em qualquer caminho que escolher trilhar”, explica a psicóloga e coordenadora do projeto, Maria da Penha de Oliveira.

Sobre o Grupo Aconchego – O Aconchego é uma entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1997, que trabalha em prol da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em acolhimento familiar e institucional.

Filiado à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção – ANGAAD, e membro do Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária – MNPCFC, o Aconchego é reconhecido como referência em Brasília e conta com grande projeção nacional na criação de tecnologias sociais com vistas à garantia do direito das crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, por meio de ações de intervenção com potencial para a transformação social e cultural.