30/09/2022, 18:00
O Patrimônio Cultural de Planaltina apresentado em catálogo
A preservação do patrimônio é essencial, pois é através dele que se testemunha a herança e legado de gerações passadas. Tradições, edificações e características ambientais dão origem e significado, ao que se tem no presente e dá à população local identidade.
Foi a partir desses conceitos que a Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina decidiu reunir registros das muitas Planaltinas. Ultrapassando os limites do Centro Histórico, berço da cidade, o projeto traz toda a pluralidade do lugar e vai ao encontro de sua história.
Revela-se, portanto, uma localidade complexa que nasce sertaneja, se depara com a modernidade e ganha autonomia e identidade próprias. Apresentar essa trajetória, por meio de fotos e textos, “nos ajuda a compreender as origens e as várias faces deste espaço tão rico e diverso”, destaca Simone Macedo, coordenadora do projeto.
Reunidos em um catálogo, com tiragem de 5 mil exemplares, cujo conteúdo também será apresentado em website – http://aachp.org.br/, e mostra temporária Faculdade UnB Planaltina, até 23 de outubro, fotos e textos servirão de memorial para gerações futuras. Em Patrimônio Cultural de Planaltina, “buscamos atribuir valor aos bens de relevância e que trazem memórias de um tempo e de um espaço singular que jamais serão revividos, mas revisitados por meio destes registros”, detalha Simone.
A publicação mostra um extenso compilado sobre o património material, imaterial e natural. Praças, antigos casarões e igrejas, descrevem o material, o imaterial está representado na Festa do Divino, na Via Sacra e no Vale do Amanhecer, enquanto o natural vem da Estação Ecológica de Águas Emendadas, dentre outras paisagens.
A difusão do patrimônio cultural da cidade de Planaltina entre seus moradores e de outras cidades, abrangendo não somente o Distrito Federal, mas todo o Brasil, se dará por meio da distribuição do catálogo físico. Entre os destinos, estão cerca de 700 escolas da rede de ensino do DF.
Este mesmo material será enviado a instâncias dos poderes governamentais. A fim de sensibilizar autoridades da importância de se preservar legados históricos. Bem como chamar a atenção para a urgente restauração de sítios que se encontram em avançado estado de deterioração.
Como a Prefeitura Velha, interditada, a Cadeia Velha ou Casa do Artesão, que está em ruínas, o Cemitério São Sebastião, abandonado, o MHAP – Museu Histórico e Artístico de Planaltina, que tem apresentado problemas de infiltração, a Igrejinha São Sebastião, com rachaduras e requer restauração, assim como o Casarão da Dona Negrinha, que era um elo entre duas praças e foi demolido.
A conscientização da importância em relação ao patrimônio histórico por seu valor arqueológico, arquitetônico, etnográfico, bibliográfico ou artístico e sua salvaguarda é o principal campo de atuação da AACHP – Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina. Que em sua luta contínua, percebe dificuldade de encontrar material para ilustrar a abundância patrimonial da cidade, “o que justifica a produção deste catálogo, website e exposição”, aponta Simone.
Integração com a comunidade
A AACHP entende que ao produzir este catálogo pode-se alcançar muitas pessoas tendo como público principal professores e estudantes desde o ensino fundamental até o ensino de pós-graduação. Fazendo-o chegar a 5 mil pessoas diretamente, com a distribuição do catálogo, e mais de 650 mil estudantes que compõem a rede de ensino público do Distrito Federal. Ao menos dois exemplares irão para cada escola do DF.
O que se pretende com essa distribuição é estimular estudantes a serem reeditores culturais que disseminarão conhecimento entre seus amigos, pais e vizinhos. Enquanto aos professores, elas e eles serão incentivados a incrementar suas atividades em sala de aula.
A comunidade participará do projeto quando do lançamento do catálogo e terá a oportunidade de visitar a mostra, onde se identificará com os lugares patrimoniais. “Fortalecendo laços que trarão o cuidado espontâneo além do orgulho de residir em uma cidade que possui muita cultura, com seus patrimónios materiais e imateriais, e uma grande riqueza ambiental, com suas reservas e parques vivenciais”, aposta Simone.