23/01/2023, 09:15

Quantas vidas moram dentro de uma só vida?

por Felipe Lucchesi

Colunista: Felipe Lucchesi

Na noite de quinta-feira(19) ocorreu a pré-estreia do espetáculo: “O dilema do médico“, no Auditório do MASP, em São Paulo, capital, com direção de Clara Carvalho e texto de Bernard Shaw.
O elenco é composto por: Sergio Mastropasqua, Iuri Saraiva, Bruna Guerin, Rogério Brito, Oswaldo Mendes, Renato Caldas, Guilherme Gorski, Márcia de Oliveira, Rogério Percore, Thiago Ledier e Luti Angelleli.
Um grande público, dividido entre artistas e comunicadores, marcou presença, aplaudiu e fez parte de um momento histórico: o início da temporada de uma obra que pela primeira vez é encenada no Brasil.
A história permeia entre o riso e o incômodo, reflexo de um recorte da atual sociedade.

Quantas vidas moram dentro de uma só vida?

A pergunta acima infiltra-se nas reflexões dos espectadores, enquanto acompanham as histórias dos personagens, médicos, de frente cada qual, para suas próprias técnicas profissionais e de costas, para a sociedade.
A maneira como esses profissionais da área da saúde lidam com a vida, com a morte e com a rede de interesses comerciais e financeiros envolvendo os remédios vendidos nas farmácias, é questionada por Bernard Shaw.
Os risos espalham-se pela plateia, quando a mesma torna-se cúmplice de uma idolatria adotada pela sociedade e pelos próprios médicos, que junto com seus estetoscópios, carregam o “carimbo de Deus”, que tem o pseudopoder da vida e da morte.

Sinopse

A trama se passa em uma Londres do início do século 20, onde o doutor Sir Colenso Ridgeon (Sergio Mastropasqua) pensa ter descoberto a cura da tuberculose.
Ele só pode acolher em sua clínica mais um paciente e é obrigado a escolher entre o jovem artista plástico, talentoso e amoral, Louis Dubedat (Iuri Saraiva), e o moralmente íntegro e modesto médico, Dr. Blenkinsop (Luti Angelleli).
No meio dessa discussão, o protagonista se apaixona por Jennifer (Bruna Guerin), esposa do artista, que insiste para que seu marido seja curado. Cabe ao médico uma decisão de vida ou morte.