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31/01/2023, 08:51

Rafael Spaca e a missão com os “Trapalhões”

por Felipe Lucchesi

Colunista: Felipe Lucchesi

Rafael Spaca é Documentarista, Radialista, Produtor, Jornalista e Escritor.
É autor de diversos livros, entre eles, o mais recente: “A noite americana dos Trapalhões” , no qual divide os holofotes com Vitor Lustosa, que durante anos, trabalhou ao lado de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, os “Trapalhões” .
A obra destaca os bastidores dos filmes clássicos estrelados pelo grupo de humoristas e também, muitas curiosidades que os envolvem e que o público não tinha conhecimento.
Spaca há anos, é referência quando o assunto é “Trapalhões” . Já participou de inúmeros podcasts, entrevistas e foi destaque em vários veículos de comunicação.
A polêmica também acompanha parte dessa referência: os bastidores que permeiam o documentário realizado por ele(que aborda o grupo de humoristas) e o próprio livro, atrai grande curiosidade por parte de jornalistas e público em geral, afinal, há uma grande colisão, entre a imagem exposta pelos “Trapalhões” durante anos e os fatos que fazem parte da história deles.

Será que o público admira os personagens ou os artistas?

A pergunta infiltra-se na mente de cada espectador e leitor, ao acompanhar as obras de Rafael Spaca e tudo o que é contado por ele ou a partir do depoimento de alguém com total propriedade e vivência para falar sobre esse assunto.


Entrevista Exclusiva

Rafael Spaca


Felipe Lucchesi (Jornalista) – Rafael, ao começar a escrever sobre “Os Trapalhões” e também, realizar um documentário, a admiração por eles, devido a tudo que descobriu e enfrentou durante as entrevistas, diminuiu?

Rafael Spaca (Escritor) – Intacta. Eu admiro os “Trapalhões” , sou um pesquisador e sei separar a paixão da pesquisa. Tudo o que descobri, os torna ainda mais interessantes, mais humanos, mais próximos de todos nós e nem o fato, se por ventura, o Renato Aragão vir me processar, diminuirá minha paixão e carinho pelo grupo.

Felipe Lucchesi (Jornalista) – A dificuldade que enfrenta para começar a rodar o documentário é reflexo de um Brasil que ainda não cuida da própria memória?

Rafael Spaca (Escritor) – Sim. Além de ser um reflexo de um Brasil que não cuida da própria memória, também é reflexo de um Brasil “careta”.
Quando você não faz um documentário que seja “chapa branca”, assusta e intimida. Espero que esse documentário seja um projeto que instigue, ilumine e incentive outras pessoas a produzirem documentários com cunho e essa “pegada” jornalística e investigativa.

Felipe Lucchesi (Jornalista) – Mesmo diante de tanta dificuldade para conseguir depoimentos e verba para o documentário, o que lhe impulsiona a persistir?

Rafael Spaca (Escritor) – Saber que está no caminho certo. Que vai fazer um trabalho que tenho certeza que será uma referência. Uma história que precisa ser contada porque é um grupo de humor incrível, com memória afetiva de no mínimo, três gerações de brasileiros e que não há nada ainda em audiovisual, relevante a respeito dos “Trapalhões” .

Felipe Lucchesi (Jornalista) – Você já pensou em escrever ou até, em realizar um documentário, sobre “Os Trapalhões”
a partir das experiências dos fãs? Contato que fãs tiveram com eles.

Rafael Spaca (Escritor) – Não, nunca pensei. Não me entusiasmou por enquanto. Quem sabe um dia isso possa mexer comigo.


Felipe Lucchesi (Jornalista) – Você acredita que os livros que escreveu sobre eles, somados ao documentário, impactará na memória afetiva dos fãs?

Rafael Spaca (Escritor) – Sim, porque agora está melhorando, tem a biografia do Mussum, do Renato e tem meus três livros. A memória está sendo salvaguardada e sim, toda vez que você fala sobre os “Trapalhões” você mexe com a memória afetiva, volta a um período mágico do humor no Brasil. As pessoas relatam isso: como os livros, o filme, toda essa memória, tudo o que é falado, mexe com elas.

Felipe Lucchesi (Jornalista) – Algum depoimento de Vítor Lustosa teve que ficar de fora do livro por algum motivo específico?


Rafael Spaca (Escritor) – Não, não teve censura. Pelo contrário, foi falado sobre tudo. Está tudo ali: curiosidades, causos, partes técnicas, enfim, coisas que muitos fãs não conheciam. O Vitor é um “HD” ambulante. Tem uma memória incrível. É uma lenda, um orgulho, um prazer, dialogar com alguém que tem tanto repertório, tanta bagagem com o quarteto e acredito que ele consiga teorizar melhor a respeito dos “Trapalhões” , melhor que o próprio Renato e Dedé Santana.

Felipe Lucchesi (Jornalista) – Você teve passagem pela “Casa dos Artistas” que foi um clássico da tv brasileira. Acha possível realizar alguma obra sobre ela para detalhar sobre os bastidores?

Rafael Spaca (Escritor) – Legal né?! Ia ser bacana falar sobre isso, mas não sei. Escrever, pesquisar é algo que demanda tempo. Faria se alguma Editora ou investidor topasse bancar essa minha pesquisa, daí faria sim esse livro. Pode contar comigo para isso!

Felipe Lucchesi (Jornalista) – Se o que escreveu e filmou, fosse uma homenagem póstuma referente a todos os “Trapalhões”, acredita que teria enfrentado menos barreiras?

Rafael Spaca (Escritor) – Não, geralmente quem “embaça” mais são os parentes, os herdeiros. Acho que poderia vir “chumbo” desse lado também. Ninguém fica alheio a isso. Veja o caso do Ruy Castro, por exemplo, com o livro sobre o Garrincha, entre outras obras. Nada impede que alguém possa vir para cima de mim, mas acho importante que o Dedé e Renato estejam vivos para virem essa homenagem.



O livro

“A noite americana dos Trapalhões”
Editora: Publicação independente
Páginas: 330
Vendas através do link.

 

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