15/02/2023, 17:07
Fotos feitas por drone vão subsidiar restauração da Praça dos Três Poderes
São 26,4 mil metros quadrados desenhados no coração de Brasília, abrigando os três poderes da República: o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. A Praça dos Três Poderes é o berço da monumentalidade ansiada por Lucio Costa, patrimônio cultural brasileiro e mundial, e símbolo da nossa democracia. Entre os últimos dias de janeiro e o início de fevereiro, um olhar que mirasse atento o céu azul da capital federal perceberia um drone percorrendo todo o percurso da praça e examinando, a distância, o que quase não se pode ver de perto.
Técnicos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) acompanharam, nos últimos dias, o arquiteto e professor da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) Fernando Birello em uma série de voos programados, que realizaram mais de 10 mil fotos aéreas em um intervalo de quatro dias.
Essas imagens vão se contrapondo e completando, constituindo uma série de dados, ou nuvens de pontos, que criam modelos visualizáveis em 3D. Assim, por meio da chamada aerofotogrametria, é possível criar “gêmeos digitais”, ou metamodelos, que geram centenas de dados precisos, detalhados e que podem ser utilizados para ajudar a contar a história da Praça dos Três Poderes e fazer uma melhor gestão do espaço.
“Esse trabalho é um esforço da secretaria para atender a todos os critérios necessários à preservação da praça e, finalmente, começar a tão esperada obra de restauro de seu calçamento, um projeto que conduzíamos há anos e que, agora, após os atentados do dia 8 de janeiro, se tornaram ainda mais urgentes”, afirma Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa. Na referida data, milhares de pessoas ocuparam o local, realizando atos de vandalismo tanto nos edifícios e seus acervos, quanto na Praça dos Três Poderes em si, que teve diversos blocos de calçamento arrancados e afundamentos no piso devido ao peso dos veículos que por ali trafegaram.
O trabalho de Fernando Birello vem, então, criar um inventário de base gráfica, que acompanha os desenhos dos tapetes de pedras portuguesas, reconstituindo de forma virtual o calçamento da praça como existe atualmente. Esse mapeamento subsidiará o trabalho do corpo técnico da Subsecretaria do Patrimônio Cultural da Secec.