Menu

16/02/2023, 19:49

Volta às aulas: a importância do diálogo familiar na preparação para o Vestibular

A comunicação acontece quando duas pessoas trocam informações. O diálogo só é diálogo se ambos falarem e escutarem um ao outro. Essa deve ser a base para que qualquer relação dê certo: o comum entendimento. No meio familiar não é diferente. Os filhos falam e são ouvidos. Os pais falam e são ouvidos.


Ao longo da vida, os jovens aprendem com os responsáveis da mesma forma que eles podem ser ensinados pela juventude. Um caminho que percorre todas as fases da criação e que precisa ser seguido também em um dos momentos mais importantes da adolescência: a entrada na universidade.

Hormônios à flor da pele com as mudanças da puberdade somados às diversas dúvidas surgindo na cabeça deles que se julgam cheio de certezas. Esse é o momento em que a participação da família é fundamental para orientá-los. Como explicar a vida real para quem está apenas começando?


Para além do estabelecimento de uma rotina de estudos e das típicas cobranças feitas pelos mais velhos para que a prole se dedique aos estudos, os cuidadores podem explicar a eles as dificuldades e os acertos do caminho a ser percorrido nessa próxima etapa.

Como é o mercado de trabalho para esse ou aquele profissional? Qual universidade é a melhor? A quem aquele curso seria o mais indicado? Os adultos já passaram por isso e ninguém melhor do que eles mesmos para explicar aos iniciantes na maioridade. Quem poderia conhecê-los melhor além daqueles que participaram de sua criação?

É importante compreender que os principais atores e atrizes dessa história são os jovens. A família precisa ouvir o que eles desejam, o que eles temem, o que eles gostam e o que eles têm como pretensão. Mais importante do que os desejos familiares já traçados como planos de carreira para eles, está o respeito às vontades que eles possuem.


Humanizando essa trajetória, vale ressaltar que os vestibulandos são, antes de tudo, jovens. Precisam estudar? Com certeza! Mas precisam também dos momentos de lazer, acesso à cultura, tempo em família e do espaço para cuidarem de si mesmos, da sua fé e de seu emocional.


Novamente, repito que o diálogo faz toda a diferença no desenvolvimento dessa questão. Além de suprir as necessidades de escuta de todos os integrantes do processo, será a partir dele que a situação poderá ser analisada. Não menos importante, a conversa também servirá para atualizar a todos sobre o que acontece no mundo. Os membros da família possuem hábitos diversificados e isso fará a diferença no bate-papo.

Normalmente, o adolescente sabe o que está “viralizando” nas redes sociais e os adultos escutam jornal no rádio do carro. Esse conhecimento será compartilhado e contará muito para as questões de atualidades.
A partir disso, a família, agora unida, poderá traçar as estratégias de preparação para qual vestibular o estudante irá prestar. Nem todas as regras de um lugar valem para o outro.


A pontuação obtida no Enem e empregada no SISU, por exemplo, não é utilizada na Bahia da mesma forma que é adotada no Distrito Federal, pois o peso dado a cada área do conhecimento é diferente em cada universidade tendo em vista que elas possuem diversificadas metodologias de ingresso. Há faculdades que dão maior valor à nota de redação e outras que se preocupam mais com os resultados das provas de ciências exatas, por exemplo. Como conhecer as regras de cada instituição? Pesquisando e conversando com seus professores e familiares.


Após definida a Universidade que melhor atende o jovem, com o apoio da família, este estudante prepara seu cronograma de estudos, traça suas metas anuais e se prepara com o foco naquele processo seletivo.
Faz parte do processo estar atento a todos os cuidados a serem tomados. Na mesma medida em que é importante que os pais ou responsáveis possam falar, é tão caro e necessário também que eles tenham de escutar. O mais importante em tudo isso é o futuro dos filhos e cabe aos adultos guiá-los nessa caminhada.


*Joaquim Neto é professor de Química e orientador para Vestibular no Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília (CPMB), sendo mestre em Ensino de Ciências pela UnB.