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19/09/2023, 15:37

Na ONU, Lula defende o diálogo como principal ferramenta para construção da paz

Ao discursar nesta terça-feira (19/9) na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que o mundo se una em torno de uma proposta baseada em diálogo para a solução dos conflitos armados e crises humanitárias em curso no planeta.

“Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz. Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, afirmou.

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Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, que desestabiliza a Europa e tem reflexos em todo o mundo, o presidente brasileiro citou como exemplos diversos conflitos que ameaçam a estabilidade mundial.
 

“É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino. A este caso se somam a persistência da crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão. Na Guatemala, há o risco de um golpe, que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas. A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”, elencou.
 

Ao citar as cifras que as guerras consomem – mais de 2 trilhões de dólares em gastos militares no ano passado e 83 bilhões de dólares em despesas com armas nucleares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU – Lula declarou que o mundo precisa fazer uma escolha se quiser efetivamente construir processos de paz eficientes e duradouros.
 

“Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações. Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento. A ONU nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo. A comunidade internacional precisa escolher: de um lado está a ampliação dos conflitos, o aprofundamento das desigualdades e a erosão do Estado de Direito. De outro, a renovação das instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz”.