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16/03/2024, 20:44

Grupo de rock do DF conta sobre desafios ao lançar carreira musical 

O mundo da música independente é um terreno repleto de obstáculos e reviravoltas. Os artistas precisam escrever, produzir e conduzir suas carreiras. Uma pesquisa realizada em agosto de 2023, pelo Laboratório de Economia Criativa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro, apontou que 12% dos artistas brasileiros se autoempresariam; 23% possuem um empresário independente; e 58% são atendidos por um escritório. Dos que não têm empresários, 76% gostariam de ter. 

A banda de rock autoral Projeto Ícaro do DF é um exemplo de quem tem enfrentado uma jornada desafiadora ao lançar sua carreira musical. 

O grupo, que começou há mais de 24 anos, retomou as atividades recentemente depois de uma longa pausa, trazendo à tona 11 músicas inéditas e realizando shows pela capital do país. 

Idealizado pelos músicos e amigos de infância Thales Viana e Daniel Henrique, o grupo surgiu nos anos 2000, mas estava em pausa até o fim de 2022, quando surgiu a nova e atual formação: Thales (guitarra), Daniel (baixo), Marreco Marrecóre (bateria) e Hudson Silveira (vocal). Com ênfase nas letras e na variedade sonora, o grupo se apresenta como uma genuína experiência do rock de Brasília, ou, como eles mesmos definem, uma “salada musical”. Thales Viana e Daniel Henrique são responsáveis pelas composições do Projeto Ícaro. Mesmo durante a pausa, as músicas não cessaram, e o maior desafio sempre foi formalizar a banda e lançar o Projeto, que acumula mais de 50 canções. De acordo com Viana, os desafios em trabalhar com uma banda autoral nos dias atuais são diversos, principalmente quando se trata de uma banda de Pop Rock com sonoridade voltada para os anos 80.

“Não soa tão moderno, principalmente num país como o Brasil, onde o Pop Rock não está entre os ritmos mais ouvidos, e a mensagem não é exatamente o que a maioria parece consumir”, destaca. Ele continua: “é como se estivéssemos nos contrapondo a esse cenário com nosso tipo de som e as mensagens propostas em nossas músicas”, aponta Thales.

É o que diz o Engaging With Music, da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, a IFPI, que investiga o consumo musical do planeta anualmente. 

O último relatório, divulgado em 2023, contou com a participação de 43 mil pessoas, em 21 países, somando 91,2% do alcance global. O levantamento também mostrou os gêneros mais ouvidos. Conforme a pesquisa, enquanto a média global é de oito tipos de música, o brasileiro ouve 10. Os mais consumidos são: sertanejo, arrocha, pop, funk e trap brasileiro.