26/09/2024, 12:19
Inovações na imunoterapia e terapias-alvo ampliam as opções no combate ao câncer de mama
Esse tipo de tumor é o segundo mais comum em mulheres no país, especialistas apostam em tratamentos combinados para vencer a doença e minimizar efeitos colaterais para pacientes
Entre os variados temas do 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute, que será realizado de 26 a 28 de setembro no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília, serão apresentadas recentes inovações e avanços no tratamento do câncer de mama. O evento contará com a participação de mais de 300 especialistas que discutirão como a evolução das terapias está transformando a abordagem clínica e os resultados para as pacientes.
No Brasil, o câncer de mama é o mais comum em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto do Câncer (INCA) Para cada ano do triênio 2023-2025 foram previstos 73.610 casos novos, o que significa uma incidência de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres.
Cristiano Resende, oncologista da Oncoclínicas, apresentará insights sobre as principais inovações no tratamento do câncer de mama e como essas mudanças têm impactado a prática clínica. Segundo o especialista, um dos destaques mais significativos dos últimos anos é a integração de estratégias terapêuticas que aumentam a sobrevivência e a chance de cura. “Entre os destaques estão a imunoterapia, que fortalece o sistema imunológico para combater células tumorais, e a terapia com anticorpo-drogas conjugados, que melhora a eficácia do tratamento e reduz a toxicidade”, ressalta.
As novidades acerca da terapia hormonal também têm sido notáveis. O uso de inibidores de CDK4/6 —CDK4 e CDK6 são proteínas que ajudam as células a se dividir e proliferar—, combinados com a hormonoterapia, tem proporcionado respostas mais duradouras e uma redução significativa no risco de recidiva em pacientes com câncer de mama receptor hormonal positivo. Além disso, a utilização de terapias-alvo e o desenvolvimento de novas drogas têm ampliado o espectro de opções terapêuticas.
Resende destaca que a imunoterapia, incluindo inibidores de checkpoint, já é uma realidade no tratamento de câncer de mama triplo negativo, tanto no cenário metastático quanto na doença inicial. De acordo com o médico, esses tratamentos têm demonstrado eficácia em prolongar a sobrevida e reduzir o risco de recidiva.
Na área da cirurgia e radioterapia, o especialista observa que houve um descalonamento significativo das abordagens tradicionais. “As técnicas mais modernas permitem diminuir a quantidade de sessões de radioterapia e cirurgias menos radicais, preservando a estética e a qualidade de vida das pacientes. A introdução da oncoplastia, que busca um equilíbrio entre resultados oncológicos e estéticos, é um exemplo de como a prática cirúrgica tem evoluído”, afirma o médico.
Em relação à resistência ao tratamento, especialmente à terapia endócrina, Resende sublinha a importância da pesquisa em identificar e entender os mecanismos de resistência. “As estratégias atuais envolvem a adaptação dos tratamentos para abordar esses mecanismos, o que tem melhorado os desfechos clínicos e aumentado as taxas de sobrevivência das pacientes”, finaliza o oncologista.