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21/02/2019, 12:05

Sinestesia na veia

por André Cunha

Praqueles que não tem medo do desconhecido, que gostam de sons diferentes, complicados, extravagantes e malucos, que curtem música autoral e diferentona, enfim, artistas com ideias próprias, vale a pena dar o play no disco Terceiro, da banda Protofonia.

 

Depois de um disco homônimo de estreia de 2013 e A Consciência do Átomo, de 2015, o trio formado por André Chayb, André Gurgel e Janari Coelho chega com esse projeto altamente delirante, produzido por Pedro Baldanza, já disponível em todas as plataformas digitais (Spotfy, i-Tunes, Youtube) e em vinil (pra encomendar o seu, entre na página deles no Facebook).

 

Delirante no melhor sentido da palavra: os caras viajam!

 

Misturando free-jazz, rock psicodélico e ritmos brasileiros, a banda mescla grunhidos de animais, ruídos cavernosos e efeitos eletrônicos, compondo um mosaico de pura sinestesia. A obra é repleta de camadas sonoras, melodias descontínuas, ritmos que se intercalam, silêncios e barulhos esquisitos. O som parece arcaico e moderno ao mesmo tempo, futurista e paleolítico, sintético e orgânico.

 

Os nomes esquisitos das músicas, como Lamento Selenita para a Terra Minguante e Don Fibonacci Contra os Reptilianos deixam a coisa toda ainda mais divertida. Destaque pra faixa Sophia, cantarolada por Lis Chayb, que insere uma pitada de delicadeza numa obra que transmite, em geral, sentimentos viscerais – loucura, alucinação, desorientação, etc.

 

Pra que o efeito da sinestesia (mistura de sensações) se manifeste por completo o ideal é ouvir com fones de ouvido, de olhos fechados, sentindo a brisa do mar. Na impossibilidade de sentir a brisa do mar propriamente dita recomenda-se outras variações de brisa.

 

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