Ele não suportava mais ver tanta corrupção, todos os dias na TV.
Comprou o adesivo: PT, nunca mais. Lavajatista, torceu pela prisão do Lula, pelo impeachment da Dilma, acreditou na recuperação econômica sob Temer e apegou-se ao Novo, de Amoedo.
Porém, acompanhando as pesquisas, decidiu: no segundo turno, votaria 17. Brigou com meio mundo, incluindo a namorada, ativista do #elenão, que fez de tudo para dissuadi-lo, mostrando-lhe as barbaridades ditas e defendidas com truculência, a desabonadora trajetória na caserna, na família e na política. Não quis saber. Isolou-se na bolha bolsonarista para não mais ouvir as vozes contrárias.
Decepcionou-se com Moro quando este aceitou o ministério. Seria mesmo a paga pelos serviços prestados, ao retirar Lula do páreo? Que fosse, lhe dizia a bolha, os fins justificam os meios.
Também foi a bolha que minimizou o peculato de Flávio, a proximidade com a milícia, os cheques do Queiroz. Foi ela que desmoralizou o ex-juiz traidor, quando este caiu atirando, culpou Rodrigo Maia diante da inércia do governo e, para justificar as manifestações antidemocráticas, acusou os outros poderes, de interferência, movida por interesses escusos e por sua aliança com a esquerda comunista. Também condenou o Mandeta, que defendia o lockdown só para desestabilizar a política econômica do Guedes e apoia o Bolsonaro, que corajoso, dá o exemplo ao incentivar aglomerações, e se expor, sem máscara.
A partir deste ponto, ele não se incomoda com a falta de vacina, as mortes na pandemia, a vergonhosa compra de apoio do centrão, a CODEVASF ampliada para abarcar redutos de parlamentares aliados, os tratores superfaturados…
Critica o Exército por negar seu apoio incondicional ao planalto e está disposto a comprar armas, para defender o presidente quando este for deposto por impedimento ou pelas urnas.
Isso tudo aconteceu nas grandes redes, à vista de todos. Imagina agora que a bolha, censurada, está migrando para redes alternativas, reduto da extrema direita?