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16/04/2020, 21:11

Após demitir Mandetta, Bolsonaro ataca Maia

O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez na noite desta quinta-feira, 16, uma série de ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e sugeriu que intenção do parlamentar é tirá-lo do governo. Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro utilizou como pretexto para as críticas o projeto de socorro a estados e municípios aprovado na Câmara para compensar perdas de receitas com impostos durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente, a proposta pode quebrar o País.

“Não pode apenas o parlamento mandar a conta para a gente pagar. Da forma como está proposta, a conta vai ficar na casa de R$ 1 trilhão, um número enorme, excessivo. O Brasil vai quebrar, já temos uma dívida interna na casa dos R$ 4 trilhões, vamos passar para R$ 5 trilhões. Nossa dívida vai crescer de forma que vai ficar impagável, vamos entrar em insolvência”, afirmou o presidente, que comparou a situação imaginada à Venezuela.

Bolsonaro disse que a economia projetada com a reforma da Previdência foi engolida pela atual crise com a proposta da Câmara, que ainda deve passar pelo Senado. E ampliou os ataques. “Eu lamento a posição do Rodrigo Maia, resolveu ele assumir o papel do Executivo.  “O sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os problemas, ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca, no sentido figurativo. Se isso acontecer, vão matar a galinha dos ovos de ouro, parece que a intenção é me tirar do governo.” Segundo Bolsonaro, nas negociações desse projeto e na proposta de redução dos salários de funcionários públicos – cuja defesa do governo é de congelamento por dois anos -, Maia queria impor uma contribuição extra de 25% dos servidores.  Durante pronunciamento após a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro disse que a decisão da demissão foi comunicada em uma conversa produtiva, muito cordial e que Mandetta se prontificou a participar de uma transição, a mais tranquila possível “Conversa produtiva, muito cordial, onde nós selamos um ciclo no ministério da saúde. Ele se prontificou participar de um transição, mais tranquila possível, com maior riqueza de detalhes que se possa oferecer e em comum acordo eu o exonero do ministério nas próximas horas”, disse.