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23/10/2021, 18:42

Artista Soraia Maria lança exposição e “cosmolivro” no Jardim Botânico de Brasília

Ela é pesquisadora, poeta, produtora, diretora artística, coreógrafa, bailarina, artista plástica e estilista. Nascida em Pires do Rio (GO), mas radicada em Brasília, a multiartista Soraia Maria Silva é mestre em Artes pela Universidade de Campinas (1994), doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (2003) e professora do Ida, Departamento de Artes da UnB. E é com um recorte dessa vasta experiência que Soraia apresenta agora seu novo cosmolivro Alquimia na Dançalivropoemacosmodansintersemiotizado, uma obra que, em quase 600 páginas, vai apresentar articulações poéticas entre movimento, palavras, tecidos, imagens e elementos da natureza. Todos entrelaçados.

 Alquimia na Dança também dá origem à exposição de mesmo nome que terá inauguração no dia 23 de outubro, a partir das 9h, e ficará em cartaz até o dia 8 de novembro na Sala de Exposições do Centro de Visitantes do Jardim Botânico de Brasília (Smdb Conjunto 12 – Lago Sul). O cosmolivro e a exposição serão também lançados oficialmente em live no dia 23 do mês, às 19h, no canal da autora:https://www.youtube.com/watch?v=zsjx9rTXMdo&ab_channel=AlquimianaDan%C3%A7a-OFICIAL. De forma presencial, o lançamento será no Jardim Botânico no dia 24 de outubro, das 10h às 11h, com a presença da autora. O e-book Alquimia na Dança está disponível no link: https://repositorio.unb.br/handle/10482/35619.  Gratuito. Livre para todos os públicos.

No projeto Alquimia na Dança Soraia Maria Silva amplia a sua proposta de “dansintersemiotização” já presente em suas obras anteriores: Profetas em Movimento e 21 terras.  Estas já sugerem o resgate e reintegração do exercício de transcender os movimentos de dança integrados a outras linguagens artísticas, tais como pintura com pigmento mineral, escultura, vídeo, música e poesia. 

Nesta nova fase, a artista aproxima ainda mais a pele/tecido/ pintura ao corpo/palavra expressivos com sublimações/figurinos que vão revestir os poemas recitados no palco do Jardim Botânico de Brasília. É este cenário, em meio à natureza, que dará forma à mostra que também reforça as “ecologias artísticas” apresentadas no livro.

“Esse cenário possibilitou ao projeto o exercício cosmodançante, que é uma mistura das artes com esse significado cósmico e onírico tão necessários também às ecologias artísticas apresentadas no livro. Em Alquimia na Dança também constarão links de vídeos-dança realizados durante a performance no Jardim Botânico, assim como de obras anteriores nas quais são abordadas as interações dessas artes, muitas vezes relacionadas ao movimento da natureza”, adianta Soraia.

E o cosmolivro é composto das uniões da fotografia, do vídeo-dança, da poesia. Nele constam fotos das túnicas realizadas por Soraia a partir de sublimações de obras, realizadas por ela na técnica de têmpera acrílica, e um texto poético forjado a partir das suas vivências com a arte da dança e da interação com o espaço performático das imagens propostas.

O projeto do cosmolivro Alquimia na Dança conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF)

Alquimia na dança –

 “Diversidade eu sou, não me toques, carrego as sementes todas, animais, plantas, minerais”, (Soraia Maria Silva). Este é um dos poemas, recortes que chegam para revelar  a essência da artista que, ao mesclar as artes, chega ao conceito da: “dansintersemiotização”.

“Quando eu fiz o meu mestrado eu criei esse conceito que, basicamente, significa traduzir outras linguagens artísticas para a dança utilizando o processo da tradução intersemiotica. Esse é um processo meio mágico que envolve uma pesquisa de signos e suas qualidades informativas. Basicamente é um processo que é feito desde os xamãs paleolíticos, quando, nas cavernas se vestiam com a pele do animal a ser caçado, metamorfoseando-se pela dança anímica ritual”, explica Soraia.

Essa fusão mágica de linguagens resultou na conclusão do projeto de mestrado nomeado Profetas em Movimento, onde a artista dançou as esculturas de Aleijadinho (Ouro Preto – 1738-1814). “E o termo que uso de livropoemacosmodansintersemiotizado vem desde o processo de estudo de uma vida. É aquele que, pelo verbo feminino, pariu o vento e soprou palavras dançadas. No tecido telúrico de memórias, transportadas alquimicamente por sublimações, do tecnomovimento em direção às negociações do cosmocorpo”, ressalta.