Ela foi a fundo em seu grande amor: a dança contemporânea. E fez uma pesquisa sobre suas nuances, formas, bastidores, concepções e criações até chegar no palco. Criações que perpassam pela dramaturgia, ensaios diários, discussões de narrativas, iluminação, maquiagem e conceitos que saem de uma sala intensa de ensaio para chegar, finalmente, ao público. Bailarina, atriz, produtora e pesquisadora brasiliense, Juana Miranda iniciou um processo de pesquisa em 2018 para mapear como companhias, coreógrafos e artistas dos quatro cantos do Brasil pensam o processo criativo da dança contemporânea. Além de fazer um registro desta arte, ela apresenta vias de acesso a conceitos, teorias e um trejeito de cada região e cia do país. “A dança contemporânea do Brasil é muito rica. Há várias formas de pensar e conceber um espetáculo de dança”, pontua.

O trabalho enriquecedor resultou em um livro e um DVD que resgatam e tornam memoráveis a arte da dança contemporânea. A obra literária O Olhar Na Dança já está à venda pelo e-mail: atendimento@changproducoes.com. Valor: R$ 35 (incluso DVD). E quem quiser se aprofundar na pesquisa da autora poderá debater com ela sobre as abordagens e pesquisas sobre a dança e seus múltiplos aspectos na live que acontecerá no Instagram: @juanarondonmiranda no dia 20 de junho, sábado, às 16h.  Debate gratuito e livre para todos os públicos.

A produção foi intensa. Há dois anos, Juana mapeia 250 grupos de dança contemporânea do Brasil. Ela percorreu 16 estados, 16 cidades e teve contatos com companhias e jeitos de pensar diferentes. Cada qual com seu legado enriquecedor. Cia Moderno de Dança (PA), Lamira Grupo de Artes Cênicas (TO), Cia Mario Nascimento (MG), Anti Status Quo Cia de Dança (DF), dentre tantas outras, deixaram seu registro, que vai além da criação para adentrar em pontos como “viver e sobreviver de arte no Brasil”.

A publicação, além de passar pelo registro em letras, em 320 páginas, inclui um DVD com vídeos nos quais o público poderá assistir a depoimentos dos próprios coreógrafos. Neste momento de palcos fechados em todo o mundo, o projeto ganha vida também para dar voz e espaço a tantas companhias e grupos que resistem há 10, 20, 30, 40 anos criando e pesquisando a arte do movimento. Valoriza, em especial, o coreógrafo e seu processo criativo, registrando a diversidade e as facetas da dança contemporânea nacional.

“Em tempos de pandemia, no qual os artistas tentam resistir, queremos agradecer, valorizar quem faz arte e lembrar a importância das artes da presença. O objetivo do livro é enaltecer o trabalho do coreógrafo, entender seu processo criativo, registrar a existência de diversos profissionais nesse setor”, destaca Miranda.