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05/04/2022, 20:44

Banco de Leite do DF está com estoque baixo há 5 meses

Ester nasceu prematura, com 32 semanas, e precisou ficar em uma unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) por mais de um mês. Lá, ela foi tratada de infecções no sangue e no intestino. Nos primeiros dias de vida, a menina recebeu alimento do banco de leite materno. “Ela começou tomando 2 ml, depois foi para 4 ml, 16 ml e agora está com 22 ml”, lembra a mãe da bebê, Alice Danúbia Nogueira da Silva, 34 anos. Atualmente, há cerca de 250 crianças internadas em UTIs neonatais da rede pública de saúde, situação que torna fundamental o estoque do banco de leite para prover a alimentação desses bebês e de outros que possam precisar. Pensando nisso, a bióloga Ana Luísa Gouvea de Araújo, 26 anos, doa leite desde o décimo dia do nascimento de sua filha Júlia, atualmente com 2 meses de idade. “No início, eu pensei que estivesse doando pouco, cerca de 90 ml, mas fui aprendendo que cada gota importa”, conta. Ana Luísa relata que a doação não interferiu na alimentação da pequena, muito pelo contrário. “O corpo funciona como ‘fábrica’, não como estoque”, diz. “Quanto mais eu tirava, mais produzia para minha filha e para outras crianças”. Hoje ela consegue doar semanalmente dois litros, que são recolhidos em casa pelo Corpo de Bombeiros, com quem a Secretaria de Saúde mantém uma parceria há 33 anos. Esse alimento é encaminhado ao banco de leite e passa pelo processo de pasteurização. “Um potinho de 300 ml pode alimentar dez crianças”, explica a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF, Miriam Santos. Ela alerta que o DF está com estoque baixo nos bancos de leite humano – desde outubro de 2021, não é alcançada a meta mensal de 1,5 mil litros. “Todos os dias nascem novas mães, todos os dias pode ter criança precisando ou mãe podendo doar”, ressalta.


Como doar 

Toda mulher que estiver amamentando pode ser uma doadora. Basta ligar para o número 160 e, na opção 4, fazer o cadastro. Outra forma é pelo site Amamenta Brasília ou pelo aplicativo disponível na App Store e na Play Store. Após o cadastro, a pessoa recebe orientações de como coletar e armazenar o leite. Uma equipe do Corpo de Bombeiros vai à residência da doadora para recolher os vidros com o leite materno. Os militares fazem a coleta em todos os pontos do DF.