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07/04/2021, 19:31

Bolsonaro associa HIV a ‘comportamentos sexuais diferenciados’

Em visita a Chapecó (SC) na última quarta-feira (07), o presidente Jair Bolsonaro deu algumas declarações polemicas e voltou a criticar as medidas restritivas contra o novo coronavírus. Ao falar do tratamento precoce, o governante chegou a comparar o vírus da Aids com da COVID-19. Bolsonaro usou a visita para promover novamente o tratamento precoce contra o novo coronavírus, a hidroxicloroquina e a ivermectina, remédios sem comprovação científica contra a COVID-19. Em sua justificativa, ele comparou os métodos usados nos anos 80 contra a Aids e a situação que o país enfrenta com esta pandemia.

“Eu acredito na ciência, mas a ciência por vezes demora. Naquela época, o que foi usado para combater o HIV? O coquetel do AZT. Era comprovado cientificamente? Não. Se não tivesse usado, não chegaríamos no futuro ao coquetel”, afirmou. Ele também chegou a se referir como ‘classe específica que tinha um comportamento sexual diferenciado’, relacionando a doença às pessoas homossexuais. O presidente afirmou ainda que não haverá um lockdown nacional. A declaração foi dada durante uma visita a Chapecó, no Oeste catarinense. As ações para restringir a circulação de pessoas têm sido defendidas por autoridades sanitárias para enfrentar a pandemia no país, que vive seu maior pico e responde hoje por um em cada três mortos pelo novo coronavírus no mundo. Para ele, é preciso buscar “alternativas” às medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio. “Vamos buscar alternativas, não vamos aceitar a política do fique em casa, feche tudo, lockdown. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, vieram pra ficar, e vão ficar a vida toda. É praticamente impossível erradicá-lo”.

“Eu não sei como salvar vidas, eu não sou médico, não sou enfermeiro, mas eu não posso escolher a liberdade do médico ou até mesmo do enfermeiro. Ele tem que buscar uma alternativa para isso”, afirmou.

-Por diversas vezes na sua fala, o presidente reiterou que os médicos tenham autonomia e liberdade para escolher o tratamento a ser aplicado, inclusive com medicamentos sem comprovação para a doença.