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21/04/2024, 08:00

Brasília comemora 64 anos

por Paiva Netto

Brasília completa em 21 de abril de 2024 64 anos. Mas a ideia de transferir a sede do poder vem desde o tempo do célebre Marquês de Pombal (1699-1782), primeiro-ministro do rei português Dom José I (1714-1777), que, no século 18, pretendeu fundar, no interior do Brasil colônia, a “Nova Lisboa”.

Dom Bosco (1815-1888), o famoso Taumaturgo de Turim, em 30 de agosto de 1883, sonhou que “entre os paralelos de 15º e 20º havia uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente, uma voz assim falou: ‘… quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível…’”

Sessenta anos antes, José Bonifácio (1763-1838), patriarca da Independência, apresentara um projeto para a mudança da capital do Brasil para o centro do país, sugerindo-lhe o nome “Brasília”.

Em 4 de abril de 1955, o candidato à Presidência da República Juscelino Kubitschek (1902-1976), ao responder, em Jataí/GO, ao estudante Antônio Soares Neto, o Toniquinho, sobre a interiorização da capital brasileira, assumiu o compromisso de, se eleito, cumprir a Constituição e transferi-la para o Planalto Central. E assim, estabeleceu, em seu Plano de Metas, a construção de Brasília como “meta-síntese”.

Em fevereiro de 1957, as obras já estavam a todo vapor. Mais de 30 mil operários, os candangos, chegavam de todas as partes do país, principalmente do Nordeste, dando ritmo ininterrupto ao trabalho.

Em tempo recorde, Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Nossa saudação a tantos que realizaram esse feito heroico, incluídos os gaúchos pioneiros, talentos a exemplo do porto-alegrense Remy Flores Toscano (1914-2003), médico e amigo de JK, fundador do primeiro CTG do Planalto Central.

Em 1994, no Templo da Boa Vontade, Paiva Netto inaugura quadro de Juscelino Kubitschek, ex-presidente do Brasil, na Biblioteca Alziro Zarur. Ao lado, a saudosa Dona Sarah Kubitschek.

Sou da geração jovem em 1960. A maioria de nós vibrava enquanto a nova capital era erguida. Vivíamos uma epopeia. Lá inaugurei — apoiado pela Juventude Legionária, portanto com entusiasmo de moço —, em 21 de outubro de 1989, o Templo da Boa Vontade. Em 1o de março de 1994, fiz colocar, no TBV, quadro com a foto de JK. A solenidade ocorreu na Biblioteca Alziro Zarur e teve a participação da saudosa dona Sarah Kubitschek (1909-1996). Naquela ocasião, ela assim se expressou: “Quero agradecer a todos esta homenagem tão singela quanto tocante. De fato, estou sentindo que Juscelino está aqui presente em espírito e emocionado. Saio profundamente agradecida, pois o Templo da Boa Vontade é um local de meditação, serenidade e harmonia. Já estive aqui antes e senti o bem-estar que nos traz a visita a este Templo e convido a todos para que venham sempre orar aqui. Que não deixem de vir para receber os efeitos elevados desta Casa”. 

Em outra cerimônia, com grande felicidade, prestamos igual tributo a dona Sarah, expondo seu belo retrato no mesmo local.

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com