12/10/2021, 19:07
Câncer de mama representa quase metade de todos os tumores no DF
Entre todos os casos de câncer diagnosticados no Distrito Federal, 40% são de mama registrados em mulheres. De acordo com especialistas, trata-se de um número é alarmante, que representa 730 diagnósticos positivos a cada ano.
Para a classe médica, a desinformação é a principal causa de agravamento da doença. A oncologista Elisa Cançado Porto Mascarenhas, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), alerta: “Precisamos fazer com que informações sobre prevenção e diagnóstico precoce chegue às pessoas, principalmente, a determinados públicos, que relutam em procurar o sistema de saúde”, afirma a especialista. Diante da diversidade de públicos que precisam de acesso e devem ter maior preocupação com o diagnóstico estão homens, pessoas com sobrepeso, pessoas negras e cidadãos com deficiência física. “As autoridades médicas não pensam em campanhas para orientar corretamente esses públicos”, argumenta Elisa Mascarenhas. “Outro caso é a comunidade LGBTQIA+, que muitas vezes, encontram dificuldades em ter garantido o atendimento e o acesso ao sistema de saúde. E muitas vezes passaram por procedimentos hormonais capazes de aumentar os fatores de risco”, alerta a oncologista. Com o objetivo divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, bem como diagnóstico precoce e rastreamento da doença, começa a Campanha do Outubro Rosa 2021.
Desde a década de 1990, o mês de outubro é internacionalmente marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O objetivo da campanha é compartilhar informações, promovendo a conscientização sobre a doença, proporcionando maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribuindo para a redução da mortalidade.
A médica do Centro de Câncer lembra que não há causa única para esse tipo de tumor. “Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença, tais como: idade avançada, condições ligadas à vida reprodutiva, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, falta de atividade física, utilização de hormônios, entre outros”, descreve. Segundo ela, é importante ressaltar que o exame das mamas realizado pela própria pessoa, apalpando os seios, ajuda no conhecimento do corpo, entretanto, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado.