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30/01/2023, 15:19

Câncer do colo do útero – três medidas para evitar a doença

A campanha Janeiro Verde tem como objetivo conscientizar a população, em especial as mulheres, sobre o câncer do colo do útero. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil. Para 2023 são estimados 17.010 casos novos, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres. 

Na análise regional, o tumor é o terceiro mais incidente na região Centro-Oeste (16,66/100 mil). Brasília deve registrar 240 casos em 2023. A doença é silenciosa, mas quando o tumor é diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade. 

A neoplasia está relacionada ao contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). O vírus possui as proteínas E6 e E7 que desativam genes supressores de tumor, possibilitando a expansão de células que revestem o colo do útero.  

O HPV atinge de forma massiva as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com esse vírus ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão se dá na faixa dos 25 anos.  Após ocontágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.

De acordo com a oncologista da OncoclínicasBrasília, Andreza Souto, na maioria dos casos, osvírus não causam câncer, contudo, podem ocorrer alterações celulares que evoluem e se tornam cancerígenas. “Dentre os fatores de risco que contribuem para o surgimento da doença estão o começo precoce da vida sexual, tabagismo, múltiplos parceiros e uso prolongado de anticoncepcional. É importante ressaltar que, por vezes, o tumor não apresenta sintomas na fase inicial. Nos casos mais avançados podem acontecer sangramentos vaginais intermitentes, secreção vaginal anormal ou dor abdominal após o ato sexual”, afirma.  

Prevenção  

Segundo a Dra. Andreza, o uso de preservativo e a vacinação contra o HPV são as melhores formas de prevenção primária.  “Ela resulta numa resposta imune 10 vezes mais eficiente que a viral. A vacina Tetravalente evita a infecção pelo HPV tipos 6,11,16 e 18. Os subtipos 16 e 18, chamados também de alto risco, estão relacionados a 70% dos casos de câncer de colo uterino. Todas as vacinas possuem a produção de anticorpos próximas a 100%.”, explica a especialista.  

Tratamento 

Para a neoplasia, as opções de tratamento são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo eimunoterapia. “A cirurgia pode consistir na retirada do tumor ou na retirada do útero, o que pode, por exemplo, impossibilitar a mulher de engravidar. Valeressaltar que o tratamento muda de acordo com o estágio da doença, por isso, é fundamental conversar com o médico para avaliar qual será o método e a conduta de cada tratamento”, comenta a oncologista.

Medidas essências para evitar a doença 1- Uso de preservativo durante relação sexual  2- Vacinação – desde 2017, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal o uso da tetravalente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, e também para mulheres e homens com imunossupressão até 45 anos de idade. A vacina pode ser feita em qualquer unidade de saúde. O número de doses varia de acordo com a idade. 3- Fazer exames periódicos para detecção da doença como a coleta do exame Papanicolauanual