Menu

29/11/2023, 16:29

Cine Brasília recebe pré-estreia gratuita do longa O Sequestro do Voo 375

Quinta-feira, 29 de setembro de 1988. Raimundo Nonato, um maranhense desempregado e insatisfeito com a situação sociopolítica no Brasil, embarca no voo 375 da VASP, após a aeronave, que vinha de Vila Velha com destino ao Rio de Janeiro, realizar uma escala em Belo Horizonte. Naquele momento iniciava um dos momentos mais tensos da aviação brasileira: o sequestro de um avião comercial com 110 passageiros a bordo. Parece roteiro de filme, e realmente virou. Esta narrativa, é retratada no longa O Sequestro do Voo 375. E no dia 4 de dezembro, o Cine Brasília recebe uma pré-estreia gratuita do filme em sessão única.

Sob a direção de Marcus Baldini, mesmo diretor do filme Bruna Surfistinha, o projeto foi produzido pelo Estúdio Escarlate em coprodução com a Star Original Productions. Com Danilo Grangheia e Jorge Paz nos papéis principais, como o comandante Murilo e Raimundo Nonato respectivamente, o elenco também inclui Roberta Gualda, Gabriel Godoy, César Mello, Juliana Alves, Wagner Santisteban, Arianne Botelho, Diego Montez, Claudio Jaborandy, Johnnas Oliva e Adriano Garib. 

A trama conta como Raimundo Nonato Alves da Conceição, descontente com a situação política no Brasil e exausto diante da escassez de empregos e oportunidades para sua família, decide tomar medidas drásticas. Em um ato extremo, ele decide sequestrar o voo 375 da VASP, que partia de Confins, após uma escala em Belo Horizonte, com destino ao Rio de Janeiro. Seu objetivo era colidir com o Palácio do Planalto e assassinar o então presidente da república, José Sarney.

Aproveitando a ausência de detectores de metais nos aeroportos e a segurança menos rigorosa em comparação aos dias atuais, ele ingressa no avião portando um revólver calibre 32. Ao longo da viagem, anuncia o sequestro para passageiros e tripulação.

Em outubro, o filme garantiu o prêmio de Melhor Roteiro na 16ª edição do Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF) aos roteiristas Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque. Com estreia nacional programada para o dia 7 de dezembro, a pré-estreia no Cine acontece na segunda-feira, 4, às 20h30, com entrada gratuita e retirada de ingressos duas horas antes da sessão. Sujeito a lotação. 

CINEBEIJOCA 

Na quinta e última sessão do ano, o Cineclube Cinebeijoca apresenta Os Homens Que Eu Tive. Dirigido por Tereza Trautman, este filme é notável por ser considerado o primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher no cinema moderno brasileiro. A exibição gratuita ocorre de forma excepcional na terça-feira, 5 de dezembro, às 19h, no Cine Brasília. 

Lançada em 1973, a produção  teve uma breve temporada nos cinemas, sendo rapidamente retirada de circulação devido à censura. A Ditadura Militar reprovou fortemente a perspectiva da diretora, que na época tinha apenas 22 anos, sobre o amor e a liberdade sexual feminina. A obra foi proibida por sete anos e só foi liberada em 1980, sob o título mais contido de “Os Homens e Eu”. No enredo, Pity e Dôde são casados e mantêm um relacionamento aberto. Contudo, Pity se apaixona por seu colega de trabalho, Peter, e decide viver com ele. 

Com o apoio da Faculdade de Comunicação da UnB e da organização Box Cultural, a cópia do filme foi cedida pela diretora Tereza Trautman. Após a exibição, acontece um debate com a participação da pesquisadora Roberta Veiga, professora de cinema da UFMG, com mediação das cineclubistas Gabriela de Mello e Raquel Thayse Miranda.

SESSÃO ESPECIAL 

No dia 1º de dezembro, o Ministério da Educação promove três sessões gratuitas, às 14h, 16h e 18h, do filme Os Esquecidos, no Cine Brasília. Destinadas ao público estudantil da rede pública do Distrito Federal e aos profissionais da educação que atuam em diferentes áreas. Após as exibições, serão realizados debates sobre os temas abordados na obra. 

Os Esquecidos é um documentário que aborda a negligência histórica nos anos finais do ensino fundamental no Brasil. Produzido pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (LEPES), o filme explora aspectos políticos, pedagógicos, sociais e emocionais, questionando o distanciamento das metas educacionais. A obra convida à reflexão ao dar voz a diversos atores envolvidos no processo educacional, buscando iluminar os desafios dessa fase crucial da educação básica brasileira.

LANÇAMENTO DE LIVRO 

Também no dia 1º de dezembro, às 19h, o Cine Brasília recebe o lançamento de “Depois da Última Sessão de Cinema”, da editora Autonomia Literária, com o apoio do curso de Audiovisual da UnB. Com 40 entrevistas inéditas, o livro traz uma visão única das histórias recentes do cinema e dos bastidores da criação da Spcine. 

Organizado pelos professores Alfredo Manevy e Fábio Maleronka, o livro destaca conversas e histórias de produtores, cineastas, empresários, associações e gestores, abordando a paixão, criatividade e resistência política que permeiam o audiovisual em São Paulo. A obra explora a geografia afetiva que os entrevistados estabelecem com a cidade de São Paulo, abrangendo o cinema, publicidade, televisão, streaming e games. Os depoimentos formam um documentário sobre o boom de produção do audiovisual após a regulação do setor no governo Lula e a criação da Spcine, evidenciando a interação entre políticas nacionais e locais.

Durante o lançamento, acontece uma roda de conversa com participação de Rose May, Pablo Gonçalo, Dácia Ibiapina da Silva, Alvaro Malaguti e Juca Ferreira. Após  a roda de conversa, às 21h, haverá a exibição do filme Festa (1989) de Ugo Giorgetti, vencedor do Festival de Gramado em 1989. 

O evento é totalmente gratuito e aberto ao público.