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29/10/2020, 20:09

CPI do Feminicídio faz sessão sobre violência contra mulheres do campo ou com deficiência

A CPI do Feminicídio da Câmara Legislativa do Distrito Federal debateu o enfrentamento à violência sexista e ao feminicídio de mulheres do campo ou com com deficiência em reunião remota, transmitida ao vivo pela TV Web CLDF e pelo Canal da Casa no Youtube.

A vice-presidente do colegiado, deputada Arlete Sampaio (PT), esclareceu que a reunião de hoje integra a série de oitivas da CPI para discutir os vários aspectos da violência contra mulheres de diversos segmentos. Para Deborah Prates, representante das mulheres com deficiência, a oitiva de hoje é “um exemplo de acessibilidade atitudinal”, especialmente diante da invisibilidade social desse segmento. “O olhar reducionista nos deixa no subterrâneo social”, afirmou, ao acrescentar que se houvesse uma “bolsa de valores humanos”, as mulheres com deficiência ocupariam os últimos lugares.

Prates, que é cega, fez sua auto áudiodescrição e defendeu a necessidade desse exercício porque “vejo com os ouvidos”. Nesse sentido, ela apontou a invisibilidade a que estão submetidas ao citar, como exemplo, a campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica deste ano do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na qual o vídeo não apresenta os recursos da áudiodescrição nem tradução Libras. “Sequer somos espectadoras”, criticou. 

Segundo ela, por sugestão do movimento das mulheres com deficiência e por meio apoio da sociedade civil, foi reeditado o vídeo com recursos de acessibilidade, que inclui a legenda, cujo trecho revela: “Eu tenho voz. Nós temos voz. Vizinha, a sua sororidade pode salvar a vida de uma mulher com deficiência em caso de violência doméstica”. Ela criticou a falta de políticas públicas e de acessibilidade às mulheres com deficiência.