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13/11/2019, 08:14

Curso gratuito de Introdução à História da Arte Africana

A Caixa Cultural Brasília promove, entre os dias 18 e 20 de novembro, o curso Arte Africana: Uma Introdução. As aulas serão ministradas por Renato Araújo da Silva, filósofo formado pela Universidade de São Paulo (USP) e curador de inúmeras exposições pelo país. As inscrições são gratuitas.

No curso, Renato cria uma aproximação do público com o tema, dentro das perspectivas mais contemporâneas. 

Trata-se de investigar as condições sociais, econômicas e culturais que se engendraram historicamente e permitiram a criação de estéticas específicas entre as diversas etnias e culturas africanas.

O professor vai além da abordagem tradicional de uma arte africana intimamente ligada às religiões (ainda que mantenham, sim, suas ligações). Arte Africana: Uma Introdução é uma investigação sobre linguagens; estéticas; formas de ver e interpretar o mundo; e construção de elementos simbólicos.

Novos olhares

Apesar da proximidade e das indissociáveis relações entre o Brasil e a África, a arte e as estéticas africanas ainda são grandes desconhecidas para a maioria dos brasileiros, mesmo para pesquisadores, acadêmicos e estudantes de áreas relacionadas ao tema.

Há pouco mais de 20 anos, as relações entre África e Brasil ainda eram vistas como simples sistema de trocas, impulsionado pelo comércio colonial e pela demanda escravista. Obviamente, no decorrer do século 20, já havia surgido vozes que procuravam um novo caminho interpretativo, porém de modo bastante isolado.

Pouco a pouco, graças a um grupo de pesquisadores inspirados e dedicados, essa visão mecânica da história deu espaço a uma nova interpretação. Nesse novo contexto, foi construída a ideia de um “Mundo Atlântico”, completamente interligado, inter-relacionado, interdependente, no qual não cabe tratar de “causas e efeitos”, mas de contínua construção e transformação. Esses estudos, ainda que trazendo a longa tradição da história econômica, passaram a dar ênfase às questões socioculturais. 

Um dos efeitos dessa movimentação foi a crítica às interpretações tradicionais sobre a África e suas culturas.