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30/11/2020, 09:09

Definidos os prefeitos de mais 18 capitais e outras 39 cidades brasileiras

Cidadãos de 18 capitais e 39 municípios com mais de 200 mil eleitores escolheram seus prefeitos neste domingo (29), no segundo turno das eleições de 2020. Apenas Macapá (AP), prejudicada pelo apagão elétrico que afetou o estado no mês de novembro, fará a escolha de prefeito e vereadores em 6 de dezembro.

Às 20h40, 99,99% das seções do país já tinham sido totalizadas, contrastando com a lentidão do primeiro turno. O comparecimento foi de 70,50% do eleitorado, e a abstenção foi de 29,50%.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, considerou a “missão cumprida”. Ele frisou que a abstenção foi maior do que o tribunal desejaria, mas, considerando o cenário de pandemia de covid-19 que já ceifou a vida de mais de 170 mil brasileiros, a eleição foi bem-sucedida, pois temia-se uma abstenção “colossal”.

— Com 70%, posso dizer que houve um comparecimento maciço às urnas — disse.

Em entrevista coletiva pouco depois das 20h, Barroso detalhou as providências necessárias desde o início da pandemia, do adiamento até a garantia de eleições em condições de segurança sanitária, minimizando os riscos de contágio pela covid-19. Ele explicou as tentativas de ataques ao sistema do TSE.

— Não houve ataques bem-sucedidos — garantiu.

Barroso também destacou dois números: a eleição de 649 mulheres para prefeitura e de 885 vice-prefeitas, e o “aumento relevante” de 29% para 32% de candidatos pretos e pardos eleitos.

Foram 97.024 urnas para votação em todo o país, com a substituição de 713 delas, ou 0,49% do total. Uma seção eleitoral de São Paulo precisou fazer a votação manual, porque a urna eletrônica instalada teve problema. Os tribunais regionais eleitorais também promoveram duas auditorias em urnas sorteadas, para demonstrar a transparência e a confiabilidade dos equipamentos e para a verificação dos programas instalados e das assinaturas digitais dos sistemas lacrados pela Justiça Eleitoral. O processo foi acompanhado por jornalistas e representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Neste segundo turno, houve a participação de 5.157 militares em 40 municípios de Maranhão, Ceará, Amazonas, Acre e Rio de Janeiro, atuando no transporte e proteção de urnas e trabalhadores. Eles se somaram aos 93 mil agentes de segurança (policiais militares, civis, federais, agentes rodoviários) que trabalharam para garantir a segurança das eleições em todo o Brasil. No primeiro turno, 601 cidades contaram com o apoio das Forças Armadas. 

Agilidade
O primeiro nome confirmado, pouco mais de 40 minutos após o encerramento da eleição, foi o de Edmilson Rodrigues (PSOL) para a prefeitura de Belém (PA). Com 51,76% dos votos, ele derrotou o candidato Delegado Federal Eguchi (Patriota), que teve 48,24% dos votos.

A segunda capital com a eleição confirmada foi Vitória (ES), que escolheu Delegado Pazolini (Republicanos) com votos de 58,50% do eleitorado. O adversário, João Coser (PT), teve 41,5% dos votos.

João Pessoa (PB) foi a primeira capital com 100% das urnas apuradas. O ex-senador Cícero Lucena (PP) foi eleito prefeito com 53,16% dos votos, contra Nilvan Ferreira (MDB), que obteve 46,84% da votação.

A maior cidade do país, São Paulo, confirmou a renovação do mandato de Bruno Covas (PSDB), que recebeu 59,38% dos votos, contra Guilherme Boulos (PSOL), escolhido por 40,62% do eleitorado.

Porto Alegre (RS) escolheu Sebastião Melo (MDB) por 54,63% dos votos, contra 45,37% destinados a Manuela D’Ávila (PCdoB).

O Rio de Janeiro (RJ) não quis renovar o mandato de Marcelo Crivella (Republicanos), elegendo Eduardo Paes (DEM) prefeito com 64,07 % dos votos. Crivella obteve 35,93%.

A maior parte dos candidatos que chegaram à frente no primeiro turno confirmaram o favoritismo no segundo turno, com raros casos de virada, como em Manaus (AM). Na capital do Amazonas, David Almeida (Avante) foi eleito prefeito com 51,27% dos votos, contra 48,73% de Amazonino Mendes (Podemos). No primeiro turno, Amazonino teve 24,31% da preferência do eleitorado, e David Almeida, 22,74%.

Goiânia
Único senador que concorria a uma prefeitura no segundo turno, Vanderlan Cardoso (PSD-GO) permanece em seu mandato no Senado Federal, já que perdeu a disputa pela prefeitura de Goiânia contra o ex-senador Maguito Vilela (MDB-GO).

Foram 52,60% dos votos para Maguito e 47,40% para Vanderlan. É a segunda vez que Vanderlan disputa a prefeitura da capital, pois também foi candidato em 2016, sendo derrotado no segundo turno pelo atual prefeito, Iris Rezende (MDB). O ex-senador Wilder Morais (PSC) foi seu companheiro na chapa atual, como candidato a vice-prefeito.

Covid-19
O prefeito eleito em Goiânia, Luís Alberto Maguito Vilela, testou positivo para o novo coronavírus em 20 de outubro, e seu estado de saúde até hoje é preocupante. Desde 15 de novembro, dia do primeiro turno, ele está internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, intubado, inconsciente, contando com o auxílio de uma máquina para a oxigenação do sangue.

Em comentário para a Rádio Senado, o consultor legislativo Gilberto Guerzoni disse que Maguito vai acordar com uma grande surpresa, ao saber de sua eleição. O consultor lembra que a chapa é a vencedora e se Maguito não tiver condições de assumir a direção do município, caberá ao vice-prefeito eleito administrar a cidade até que o titular se recupere.

O vice é o atual vereador de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos), de 54 anos. Natural de Duque de Caxias (RJ), ele chegou à cidade em 2010, é pastor e está em seu segundo mandato na Câmara Municipal goiana. Foi eleito pela primeira vez em 2012.

Fonte: Agência Senado