20/01/2020, 08:02
Denunciar é fundamental no combate ao feminicídio
Há 3 anos, Laura*, 40 anos, decidiu dar um basta na violência que sofreu por 15 anos do ex-marido dentro de casa. Após denunciar seu agressor, agora a sensação é de paz e segurança, como ela mesma descreve.
“Ter o direito de ir e vir faz toda diferença na vida de uma pessoa. Se eu não tivesse denunciado talvez não estaria viva para contar a minha história”, destaca a moradora do Recanto das Emas, cidade que está na sexta posição das Regiões Administrativas que apresentam o maior número de incidências de violência doméstica, segundo dados de 2019 (confira abaixo).
Ela lembra que no início, o relacionamento com o pai de seus três filhos de 10, 11 e 15 anos parecia ser saudável. “Nos conhecemos na igreja. Namoramos, noivamos e casamos, como manda o figurino. Seis meses depois ele começou como usuário de maconha e se tornou uma pessoa violenta. Eu lutei e acreditei que ele fosse melhorar”, conta.
Meses depois, o ex-companheiro de Laura começou a usar craque, o que piorou o comportamento dele. “Além de me agredir, ele não queria trabalhar e cumprir com as responsabilidades de pai e marido. Os familiares dele decidiram interná-lo numa clínica de reabilitação e eu fui para uma Casa Abrigo. Passei 17 dias lá com os meus filhos e me senti muito acolhida”, elogia.
As ameaças de morte do ex-marido levaram Laura a denunciá-lo pela segunda vez. “Muita gente comenta que ele não teria coragem de me matar, mas quem fala está com intenção. Eu voltei para a Casa Abrigo e lá encontrei forças para recomeçar a minha vida junto com os meus filhos. Tive tratamento psicológico, jurídico e todo apoio necessário”, relembra.