Menu

08/09/2021, 10:44

Desabastecimento de água causa transtornos a moradores de Águas Lindas

Estar em casa e se deparar com falta de água ao executar qualquer tarefa do dia a dia, como simplesmente lavar uma louça, é desanimador. A situação fica pior em tempos de pandemia, onde a higienização das mãos e dos ambientes é tão necessária com regularidade. E em período de estiagem, comum nesta época do ano, tudo se complica mais. Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) por todo o Estado os municípios já estão enfrentando dificuldade de conter o avanço da seca e o racionamento pode ser adotado por muitos deles.

Para este período de estiagem, a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) reforça os cuidados que são necessários no dia a dia para a economia de água como fechar a torneira enquanto ensaboa a louça, não tomar banhos demorados e deixar a roupa acumular para lavar tudo de uma vez. De acordo com o relatório do Instituto Trata Brasil, divulgado em março e considerando as 100 das maiores cidades do país, 5,5 milhões de brasileiros ainda sofrem com a falta de água potável. 

Em Goiás um problema frequente enfrentado por moradores de várias cidades é a interrupção do fornecimento de água nas residências. Somente em 2020, foram 754 queixas à Saneago, o que dá um total de 28,44% a mais do que ocorreu em 2019 (587). A empresa, atualmente, atende a 226 municípios no Estado, e o levantamento foi feito com base em seus próprios dados, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

As cidades do Entorno do Distrito Federal (DF) e da região central de Goiás são as que mais reivindicaram o direito de ter a água tratada nos domicílios. Os moradores que mais reclamaram no ano passado  foram os de Águas Lindas, a 196 quilômetros de Goiânia, que é a segunda no ranking, seguida por Luziânia, Anápolis e Valparaíso de Goiás. Apenas essas cinco cidades concentram 58,75% das reivindicações pelo retorno do abastecimento. 


Demandas seguem
Neste ano, os moradores de Águas Lindas de Goiás seguem reclamando de interrupções no fornecimento do precioso líquido em suas casas e comércios. Porém, ao ser questionada, a Saneago afirma que são questões pontuais, que “eventualmente, geram a necessidade de paralisação temporária do sistema para execução de manutenções preventivas e corretivas. Dentre os principais motivos que levam a isso, estão a ocorrência de quedas de energia elétrica na captação, situações de furto e vandalismo nas unidades da companhia e queima de equipamentos”.

A cidade do Entorno do DF possui uma população de cerca de 213 mil habitantes e, segundo a Saneago, é atendida por meio de mais de 225 mil metros de redes de distribuição. O abastecimento é feito através de 125 poços tubulares profundos. “Com profundidade média de 120 metros e que trabalham com uma vazão mínima de 10 metros cúbicos por hora, mas alguns chegam a obter mais de 100 metros cúbicos por hora”, conta a estatal.


Porém, moradores de algumas localidades do município, como o Camping Clube, Jardim Águas Lindas 2, bairro Queda do Descoberto e loteamento Jardim do Éden, por exemplo, se queixam com mais frequência da falta de água, pois estão situados na parte mais alta da cidade. “Isso ocorre pois os poços de maior produção estão localizados em pontos distantes e, durante o retorno do abastecimento após manutenções, a normalização é gradual, começando pelas regiões baixas até chegar nas mais elevadas”, explica a Saneago.


Soluções
Para a melhoria do atendimento aos habitantes de Águas Lindas de Goiás, a Saneago relata ter investido R$ 1,9 milhão em melhorias operacionais e reforço do Sistema de Abastecimento de Água na cidade entre dezembro de 2020 e junho de 2021. “Ao todo, foram perfurados oito novos poços tubulares profundos. Eles resultaram em um incremento de vazão de 400 metros cúbicos de água para o sistema. Um deles já foi interligado e a interligação do próximo ocorrerá dentro de alguns dias. Os demais estão sendo providenciados pela Companhia”.