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20/12/2022, 10:32

Dezembro laranja – Brasília deve registrar mais de 1.200 novos casos de câncer de pele em 2023

Dezembro marca a chegada do verão e, com ele, o mês de conscientização e prevenção ao câncer de pele. A chegada da estação mais quente do ano é sinônimo de descanso e viagem para muitos brasileiros, mas é importante ficar de olho na saúde, já que a exposição ao sol aumenta os riscos do câncer de pele. Dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, até o final de 2022, mais de 185 mil pessoas terão o diagnóstico da doença. De acordo com o estudo “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil”, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, com 31,3% do total de casos. Brasília deve registrar mais de 1.200 novos casos da doença em 2023. Sendo 130 melanoma e 1.090 não melanoma. 

Segundo o oncologista da Oncoclínicas Brasília, Nilson Correia, o subtipo basocelular e o carcinoma epidermóide são responsáveis pela maior parcela de casos e possuem altas taxas de cura quando são detectados e tratados precocemente. “Já o câncer de pele melanoma, menos incidente, mas com alto grau de letalidade, pode aparecer em qualquer parte do corpo. Apesar de corresponder a somente 5% dos tumores malignos de pele registrados no país, é considerado o tipo mais grave por sua capacidade de causar metástase”, afirma.

Pessoas com histórico familiar e que trabalham em profissões que exigem exposição solar diária, podem estar mais suscetíveis a desenvolver a doença. “A irradiação ultravioleta do sol – conhecida como raio UV – é a principal vilã para a pele, e o protetor solar é a melhor forma de proteção, pois reduz muito o risco de desenvolver câncer de pele. Sua aplicação deve ser feita ao longo do dia e no corpo inteiro, não só no rosto. Toda área do corpo que não estiver coberta necessita da aplicação de bloqueador com, no mínimo, FPS 30”, alerta o especialista. 

Os sintomas mais comuns do câncer de pele não-melanoma são lesões cutâneas com crescimento rápido, feridas que não cicatrizam e que podem estar associadas à coceira e algumas vezes dor. Pintas que mudam de tamanho, forma ou cor também podem ser sintomas. O médico reforça que esses sinais geralmente surgem em partes do corpo que costumam ficar mais expostas ao sol como rosto, pescoço e braços. “Já os sintomas do câncer de pele do tipo melanoma costumam se manifestar através de pintas escuras que apresentam modificações ao longo do tempo. Esse tipo de tumor pode aparecer na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Pessoas que tenham um volume maior que 50 pintas pelo corpo também devem ficar atentas, pois é um fator de risco para o desenvolvimento da doença”, afirma o especialista.

TRATAMENTO

Ainda de acordo com o oncologista, quando a doença é descoberta em fase inicial, a indicação é que seja realizada a ressecção cirúrgica das lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor do tumor. “Essa conduta é tanto para os casos de câncer de pele melanoma como para os não-melanoma. O tratamento é feito através de cirurgia apenas quando é detectado no início. Mas em casos mais avançados e dependendo do subtipo, estágio e extensão da doença, procedimentos complementares podem ser necessários, como a avaliação da drenagem linfática do tumor, que chamamos de “pesquisa do linfonodo sentinela”, a imunoterapia e o uso medicamentos orais. Vale ressaltar que diversos avanços no tratamento têm melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, como por exemplo, os imunoterápicos, que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater as células malignas”, finaliza Nilson Correia.