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11/03/2019, 12:17

DF registra aumento de oportunidades para mulheres

A geração de oportunidades de trabalho no Distrito Federal foi mais intensa para as mulheres do que para os homens no ano passado. É o que mostra a Pesquisa do Emprego e Desemprego (PED) – Especial Mulher divulgada nesta segunda-feira (11) pela Secretaria de Trabalho. Em 2018, o número de ocupadas no DF foi estimado em 646 mil mulheres, 23 mil a mais que em 2017 (um aumento de 3,7%), enquanto o segmento masculino teve apenas 4 mil trabalhadores a mais empregados.

Apesar do crescimento, os homens ainda são maioria entre os ocupados no DF. Os dados da pesquisa feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostram que, no fim de 2018, havia 700 mil homens empregados no DF. Percentualmente, a quantidade de homens ocupados é de 52% da População Economicamente Ativa (PEA) contra 48% das mulheres.

Entre 2017 e 2018, a taxa de desemprego total das mulheres diminuiu de 21,1% para 20,4% após dois anos de aumento. A quantidade de mulheres empregadas com Carteira de Trabalho assinada aumentou 5,2% e o número também cresceu entre as empregadas no setor público (2,8%) — os dois segmentos com os maiores rendimentos e garantias laborais. Também houve expansão ocupacional entre vínculos considerados mais frágeis: trabalhadoras autônomas (2,9%) e empregadas sem carteira assinada (6,6%). Houve redução no trabalho doméstico mensalista e estabilidade entre as diaristas.

O secretário de Trabalho, João Pedro Ferraz, afirma que o principal fator de aumento do poder de competitividade no mercado de trabalho é a qualificação profissional. “E é notório que as mulheres se qualificam mais que os homens”, avalia. “No programa de qualificação profissional da Secretaria de Trabalho, o Qualifica Mais Brasília, por exemplo, 68% dos qualificados nos cursos foram mulheres.”

No entender da secretária da Mulher, Éricka Filippelli, a inserção da mulher no mercado de trabalho é necessária para o desenvolvimento do DF e do país. Ela defende a criação de políticas públicas que assegurem essa participação feminina, como a construção de creches e jornadas de trabalho mais flexíveis. “Também é preciso incentivar o empreendedorismo e dar condições para que as mulheres abram seu próprio negócio”, orienta. “A inserção da mulher no mercado de trabalho é a chave para a transformação da nossa cidade e, mais do que isso, uma saída para a violência contra a mulher. Uma mulher que não se sustenta não tem a possibilidade de escolha.”

Empreendedorismo
Depois de 19 anos trabalhando em uma grande empresa na área de tecnologia da informação (TI), Rosana Moraes, 47 anos, realizou o sonho de abrir o próprio negócio. Após ser demitida, em setembro de 2018, ela juntou as economias, se uniu ao marido e montou o 112 Café, em Águas Claras. “Até pensei em tentar algo em outra empresa de TI, mas o mercado está muito restrito”, conta.